Quando falamos em sustentabilidade nos transportes e em combustíveis verdes, o que vem logo à nossa cabeça são os carros elétricos. Tem gente que pensa em hidrogênio, nas e-bikes e até em aviões híbridos. Agora, quase ninguém fala em embarcações marítimas.
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Enquanto você nem imaginava isso, já tem cientista testando modelos de navios que reduzem consideravelmente o uso de combustíveis fósseis. E o conceito leva em consideração os primórdios da navegação, quando os barcos eram feitos com grandes velas e se locomoviam com a força do vento.
O conceito lembra mesmo. O visual e os materiais, no entanto, são completamente diferentes.
Um navio quase verde
- Operado pela MC Shipping Kamsarmax e fretado pela Cargill, o Pyxis Ocean, com bandeira de Cingapura, foi reformado com dois WindWings desenvolvidos pela BAR Technologies.
- A embarcação realizou um teste marítimo prolongado de seis meses, começando em agosto de 2023 – e a experiência foi um sucesso.
- Durante esse período, o Pyxis navegou pelo Oceano Índico, Oceano Pacífico, Atlântico Norte e Sul, e passou pelo Cabo da Boa Esperança.
- As WindWings não são o tipo de vela de lona que você vê em desenhos antigos.
- Em vez disso, são estruturas sólidas e gigantescas (com quase 38 metros), mas ao mesmo tempo dobráveis, feitas de aço e fibra de vidro.
- O seu objetivo não é substituir os motores a diesel convencionais, mas fornecer uma propulsão suplementar à medida que o navio navega em áreas com ventos e correntes favoráveis.
- De acordo com a multinacional de alimentos Cargill, a estrutura de velas permitiu ao Pyxis Ocean poupar o equivalente a três toneladas de combustível por dia.
- Isso representa uma redução nas emissões de dióxido de carbono de 11,2 toneladas, o equivalente a retirar 480 carros das estradas durante toda a viagem!
Esse gigante passou pelo Brasil
O Pyxis Ocean saiu do porto de Xangai, na China, em agosto do ano passado. O primeiro destino comercial foi o nosso país.
A embarcação atracou no Porto de Paranaguá, no Paraná, no dia 15 de setembro, quando recebeu 63 mil toneladas de farelo de soja.
De acordo com texto publicado no site oficial da Cargill, “o Brasil foi escolhido para a primeira viagem por seu papel-chave na produção global de alimentos como soja, milho e outras commodities”.
O destino desse farelo foram diversos países de outros continentes.
Especialistas afirmam que esse sistema pode ser o futuro da navegação comercial: mais verde e mais econômica. A BAR Technologies trabalha agora para entregar novos navios com a tecnologia.
O próximo passo será garantir que esses navios equipados com velas de grande escala sejam compatíveis com 250 portos marítimos globais.
As informações são do New Atlas.