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Endrick ficou com os holofotes. Mas o vencedor foi Dorival Junior. Montou um time realista e venceu a Inglaterra. Acabou a utopia – Prisma

Endrick ficou com os holofotes. Mas o vencedor foi Dorival Junior. Montou um time realista e venceu a Inglaterra. Acabou a utopia - Prisma


São Paulo, Brasil


Aos 17 anos e 246 dias, Endrick roubará a cena.


Foi ele quem consolidou a vitória do Brasil diante da Inglaterra, por 1 a 0, hoje, em Wembley.


O jogador, que fez o Real Madrid comprometer R$ 400 milhões para tirá-lo do Palmeiras, roubou todos os holofotes em Londres, no amistoso, entre dois países campeões mundiais, duas potências que estão tentando reaprender a conquistar a Copa.


Afinal, Endrick foi o quarto atleta mais jovem a marcar com a camisa da Seleção Brasileira, só atrás de Pelé, Edu e Ronaldo.


O endeusamento momentâneo de Endrick é perfeito para Dorival Junior.


Só ele pôde sair do estádio icônico mais feliz do que o jogador ainda do Palmeiras.


O treinador fez sua estreia como comandante da Seleção Brasileira. E sem a falta de rumo de Ramon Menezes ou a utopia de Fernando Diniz. A CBF fez o país desperdiçar um ano de preparação, com os dois interinos, sonhando ingenuamente, sem contrato, com Carlo Ancelotti.


Dorival sabe que tem uma geração muito promissora do meio para a frente, com jogadores jovens, vibrantes, talentosos. Por isso precisava fazer o que cansou nos times que comandou: dar intensidade na marcação. Fechar os espaços. Não permitir contragolpes à vontade como acontecia ultimamente com qualquer selecionado que enfrentava o Brasil.


Para isso, contra a Inglaterra, com Gareth Southgate desde 2016 no comando, Dorival foi prático. Segurou Danilo e Wendell, dois laterais fortes na marcação e fracos no ataque. Escalou uma dupla de área fortíssima nas bolas aéreas, especialidade britânica.


Fabrício Bruno e Beraldo foram muito firmes, com ótima colocação, se impuseram no corpo-a-corpo. Deram segurança para o também estreante Bento.


Dorival, sabe o quanto João Gomes foi fundamental para o ‘seu’ Flamengo ter vencido a Libertadores de 2022. E tratou de colocar o melhor marcador brasileiro à frente da cabeça de área. Ao seu lado, Bruno Guimarães, que sempre teve excelente saída de bola, e se aprimorou muito na marcação.


Fez do versátil Lucas Paquetá atuar como um terceiro volante, sem a bola. E um meia, quando a Seleção tinha a posse de bola. Essa dualidade fez com que fosse o jogador mais faltoso e só não foi expulso por condescência do árbitro português Artur Soares Dias.


Como na reedição Barcelona mais empolgante, Rodrygo atuou como falso centroavante. Um meia/atacante que tinha total liberdade para se movimentar. 


Raphinha estático como um ponta direita dos anos 70. E Vinicius Junior ‘explodindo’ com a bola dominada do meio para a esquerda.


Os ingleses foram para campo em um ortodoxo 4-3-3.


Com potencial ofensivo na troca de passes, inversões, triangulações pelas laterais, infiltrações. Também do meio para a frente, uma seleção importante. Mas que se ressentia demais da ausência do contundido Harry Kane, seu excelente definidor.


Bellingham, com seu potencial estonteante, não estava bem fisicamente. O versátil Foden mostrava enorme individualismo. 


A marcação por pressão dos britânicos não durou mais do que os primeiros 10 minutos. Southgate percebeu que com seu meio-campo muito adiantado, para ajudar a sufocar os brasileiros, lançamentos aconteciam por trás de sua zaga.


O que proporcionou chances ao Brasil para já sair na frente do marcador no primeiro tempo.


O lance que acordou o técnico inglês foi o ótimo lançamento de Paquetá para Vinicius Junior. Ele deslocou o goleiro Pickford, mas Walker cortou, quando a bola estava indo para as redes.


A Inglaterra seguia buscando o jogo, mas batendo de frente em um selecionado brasileiro melhor protegido do que se esperava. A falta de entrosamento trabalhava contra, evidente.


O que se viu foi um primeiro tempo muito movimentado, com os dois times procurando marcar, de formas muito diferentes. Os contragolpes brasileiros encaixavam. Paquetá chegou a acertar a trave.


O Brasil foi mais efetivo no primeiro tempo.



Na segunda etapa, o cenário seguiu o mesmo. A Inglaterra, que vinha de dez partidas de invencibilidade, se expunha mais. E o Brasil contragolpeando em velocidade.


O confronto seguia animado.


Os ataques em bloco dos britânicos contra as disparadas individuais brasileiras.


Foi assim que Endrick fez história.


Aos 34 minutos do segundo tempo, Andreas Pereira fez ótimo lançamento para Vinicius Junior. A zaga inglesa estava adiantada, mais uma vez. O jogador do Real Madrid tocou na saída do ótimo Pickford, que conseguiu tocar na bola. Mas ela procurou Endrick, que apenas a empurrou para o fundo do gol.


Brasil 1 a 0.


A Inglaterra adiantou de vez seu time.


Dorival tratou de fechar o Brasil para assegurar uma vitória importantíssima, logo na estreia.


Colocou Bremer, como terceiro zagueiro.


E a Seleção conseguiu travar o voluntarioso, mas pouco imaginativo time inglês.



No último lance do jogo, Endrick ainda se viu cara-a-cara com Pickford, mas o goleiro conseguiu defender.


Não fez falta.


O Brasil venceu a Inglaterra, em Wembley.


Dorival Junior montou um time realista, competitivo.


E Endrick ganhou os holofotes que merece…