A China anunciou, no domingo (24), novas regras que proíbem o uso de processadores das empresas norte-americanas Intel e AMD em computadores e servidores do governo. De acordo com o Financial Times, as diretrizes também bloquearam o uso do Windows, sistema operacional da Microsoft, e outros produtos de bases de dados estrangeiros.
O que você precisa saber:
- O objetivo é dar prioridade a soluções chinesas, impulsionando o mercado local;
- As novas regras, anunciadas em dezembro, entram em vigor agora e marcam o mais recente movimento de uma longa guerra comercial tecnológica entre a China e EUA, que também aplicou sanções contra produtos chineses;
- As agências governamentais devem agora usar substitutos domésticos “seguros e confiáveis” para os chips AMD e Intel;
- A lista inclui 18 processadores aprovados, incluindo chips da Huawei e da empresa estatal Phytium — ambos proibidos nos EUA;
- As medidas são as mais agressivas da China até agora para restringir o uso de tecnologia dos EUA.
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A decisão deve impactar significativamente os ganhos da Intel, já que a China foi responsável por 27% das vendas de US$ 54 bilhões no ano passado. No caso da AMD, o mercado foi responsável por 15% da receita de US$ 23 bilhões da empresa, segundo o FT.
No entanto, vale pontuar que não está claro quantos chips são usados no governo e no setor privado, não sendo possível ainda calcular o impacto para as companhias norte-americanas.
Importante lembrar que o movimento da China, o mais agressivo até agora, responde a outros tantos dos EUA. O país proibiu uma vasta gama de empresas chinesas, desde fabricantes de chips a empresas aeroespaciais, além de também ter vedado a NVIDIA de vender IA e outros produtos para a China.
Também em resposta às restrições dos EUA, a China começou a projetar os seus próprios semicondutores. Baidu, Huawei, Xiaomi e Oppo, por exemplo, já possuem projetos. Empresas já realizam rodadas de investimentos para movimentar a indústria no país.