O chefe da Williams – uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1 – disse que ficou chocado ao descobrir que a construção do carro, de mais de 20 mil peças, era controlada através do Excel, popular programa de planilhas da Microsoft. A declaração de James Vowles foi dada em entrevista ao The Race. Vowles ainda chamou a situação de “piada” e disse que, desde que assumiu o time em 2023, vem tentando mudar os processos internos para que a equipe volte a ser competitiva, como no passado.
Vowles, que até o fim de 2022 trabalhava na Mercedes como estrategista-chefe, disse que quando chegou na Williams “a lista do Excel era uma piada…impossível de navegar e impossível de atualizar”. Ele ainda completou dizendo que não havia dados sobre o custo dos componentes, quanto tempo levavam para serem construídos e quantos estavam no sistema para serem construídos.
Além disso, o sistema era extremamente simplista e não era possível ter uma visão geral sobre os detalhes da construção do carro. Segundo Vowles, o uso do Excel causava falhas graves, já que cada peça estava em um estágio diferente e era impossível fazer esse controle por lá. Isso causou atrasos no desenvolvimento dos carros e fez com que a equipe tivesse grandes prejuízos em relação ao seus concorrentes.
Leia mais:
Início da mudança nos processos
Porém, logo em seu primeiro ano, Vowles conseguiu alçar a equipe ao sétimo lugar no campeonato de construtores após uma amarga 10ª e última posição no ano anterior. Isso passou e vem passando por uma mudança dolorosa. Segundo Vowles, a planilha do Excel estava sendo migrada para um sistema digital ao mesmo tempo em que a “base tecnológica” do carro passava por sua própria reformulação.
Não é surpreendente que fazer as duas coisas ao mesmo tempo tenha sido um pesadelo. A Williams estava mudando completamente o armazenamento digital dentro da organização e a quantidade de peças sendo produzidas para serem registradas neste novo sistema, no qual os funcionários não estavam familiarizados.
Vowles estima que leve em torno de três anos para fazer 1000 pessoas adotarem uma nova cultura. Mas, antes disso, ele acredita que a Williams tem a oportunidade de se tornar mais competitiva. Ele diz que a Williams já está melhor em algumas áreas devido às mudanças promovidas, mas o diretor técnico, Pat Fry, afirma que boa parte dos problemas só serão abordados a partir de 2025.