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Medicamento contra zika pode ser criado com óleo de planta indígena

Uma planta usada por povos indígenas da Amazônia para tratar doenças de pele pode se tornar um medicamento ou vacina contra a zika. A nanoemulsão – uma mistura com gotículas minúsculas de líquidos – de óleo de copaíba, desenvolvida e testada por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), tem demonstrado ser eficaz no combate à doença.

Os detalhes sobre o estudo, financiado pela FAPESP, foram publicados na revista científica One Plus.

Óleo de copaíba contra a zika

  • Os testes iniciais com a nanoemulsão de óleo de copaíba confirmaram que as células infectadas pelo zika são capazes absorverem a substância.
  • Nos experimentos seguintes, foi comparada com uma mistura sem o óleo.
  • Ambas tiveram efeitos antivirais, mas a versão com o óleo alcançou 80% de capacidade de inibição, enquanto a sem atingiu 70%.
  • A nanoemulsão com uma concentração maior do óleo também melhorou a capacidade de inibição antiviral nos testes seguintes.
Fruto da copaíba – Imagem: Frutos Atrativos do Cerrado/Flickr

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Futuras investigações

Os resultados da pesquisa indicam que o óleo pode potencializar a capacidade antiviral em futuros medicamentos ou vacinas contra a zika. No entanto, os pesquisadores ainda têm dúvidas. A nanoemulsão sem óleo também apresentou atividade antiviral. Porém, parte desse efeito pode ser devido à presença de outras substâncias. Além disso, os pesquisadores ainda não sabem exatamente como a replicação do zika é impedida pela nanoemulsão.

A coordenadora do estudo explica à Agência FAPESP que, com mais dados, será possível determinar como um medicamento futuro poderia ser usado.

Como se proteger da zika?

Atualmente, não existe vacina contra a zika, por isso, é importante se prevenir de outras maneiras. O vírus da doença é transmitido pelo conhecido Aedes aegypti, que também transmite a dengue. Então, para se prevenir, é preciso seguir as recomendações de combate ao mosquito: evitar água parada, ou seja, o acúmulo em calhas, caixas d’água abertas, lajes, pneus e vasos.

Se apresentar sintomas como febre repentina, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores nas articulações e no corpo, náuseas, vômitos, dores abdominais, além de coceira e manchas vermelhas na pele, procure imediatamente o serviço de saúde.