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Números explicam a Libertadores após duas rodadas

Números explicam a Libertadores após duas rodadas

Passadas as duas primeiras rodadas da fase de grupos da CONMEBOL Libertadores, já dá para começar a traçar os perfis dos times que estão em busca da Glória Eterna. A partir dos números do Data ESPN/Trumedia, vale destacar a equipe mais eficiente no período, o Bolívar-BOL, e também a solidez do Estudiantes-ARG – e ambos enfrentam brasileiros na terceira rodada, que será disputada entre esta terça (23) e a próxima quinta-feira (25).

Mas não para nisso. Buscamos os líderes e lanternas em várias medições que nos ajudam a entender qual é a ideia de seus treinadores para a competição.

O maior libertador

O Bolívar, que leva o nome do grande herói do processo de libertação do continente (Simón Bolívar), foi a grande surpresa das duas primeiras rodadas. O time celeste de La Paz lidera o grupo do Flamengo com 100% de aproveitamento e o melhor ataque, com 7 gols marcados. E não por acaso, já que tem também a maior expectativa de gols – 5,18.

As estatísticas indicam alguns comportamentos da equipe dirigida pelo argentino Flavio Robatto: tem o maior percentual de ações com bola registradas no seu terço defensivo – 32,9% (ao lado do rival The Strongest-BOL). Portanto, usa o famoso ‘bloco baixo’ de marcação. Um dado complementar a esse indica que o Bolívar não costuma pressionar o portador da bola. São apenas 22 tentativas de desarme, menor número (ao lado do Grêmio – que por sua vez é a maior decepção até aqui) do torneio. O Bolívar também é o último da lista de duelos pela bola com 98 disputas a menos que o líder, o River Plate-ARG.

Lá atrás, o experiente goleiro Carlos Lampe empresta segurança à defesa ao ostentar o segundo melhor número de ‘goles evitados’ (1,73). O Bolívar fica atrás, mas quando vai à frente tem sido mortal. Não é muito chegado aos cruzamentos (apenas 12), embora goste de usar os lados do campo, dono que é da maior amplitude do continente com média de 18 metros de largura em suas posses de bola.

E chuta muito. São 30 finalizações em dois jogos, uma a menos que o líder do quesito, o São Paulo (31). Os brasileiros Chico da Costa e Bruno Sávio têm sido decisivos. Chico está no topo da tabela dos finalizadores, com 13 tentativas, enquanto Bruno tem 8. Mas não é só chutar, tem que marcar. O Bolívar converteu 19,4% de suas tentativas, segundo melhor aproveitamento no geral. Os dois brasucas também se destacam nisso. Chico converteu 23% de seus chutes e é um dos artilheiros da fase de grupos com 3 gols; Bruno Sávio tem aproveitamento de 25% e colocou na rede duas das oito bolas que finalizou. Os paceños serão adversários do Flamengo nesta rodada. É bom ter cuidado com eles.

Duro na queda

Dono da quinta maior média de posse de bola até aqui, o Estudiantes chama atenção porque é o time com mais presença no terço ofensivo – 33,2% das ações com bola em seus jogos, somando as duas equipes, são no seu ataque – e por liderar as ações com bola na área de ataque (64). Fruto do grande número de cruzamentos com bola rolando, 49 em dois jogos (1º neste quesito no geral).

Mas, acima disso, pela capacidade de manter esse controle sendo o time que sofreu menos faltas nestas duas rodadas (15).

Mas não são apenas estes dois que merecem um olhar mais atento. Listei abaixo características de várias equipes, brasileiras ou não, reveladas nestas rodadas iniciais. Separei-as em cinco sub-itens: ‘Controle de jogo’, ‘Marcação’, ‘Onde o jogo acontece?’, ‘No ataque’ e ‘Goleiros’.

Controle de jogo

  • O DONO DA BOLA – O Atlético-MG lidera a posse com a altíssima média de 69,1%.

  • SEM A BOLA – O Alianza Lima-PER tem menor posse: 29%

  • SEGURA A BOLA – O Fluminense é o brasileiro que menos vezes foi desarmado (227 vezes). Só dois outros times (Palestino-CHI e Strongest-BOL) perderam a bola menos vezes, mas não ficam tanto tempo com ela.

  • POR MUITO TEMPO – O tricolor carioca fica com ela em média 32,3 segundos por posse de bola – maior tempo médio.

  • PÁ, PUM – O Caracas-VEN não passa de 14,8 segundos a cada posse.

  • PASSES CERTEIROS – O Fluminense acerta 90,1% dos seus passes, seguido pelo Galo com 89,5%.

  • PÉ TORTO? – Na outra ponta, o Alianza acerta apenas 69,5% dos passes.

  • PERUANOS NÃO ENROLAM – Enquanto Flu e Galo trocam em média 8,2 e 8,1 passes por posse, respectivamente, o Universtario-PER tem média de 3,1 e o Alianza Lima, 3,2.

Marcação

  • LADRÃO DE BOLA – O Nacional-URU, com 113 recuperações de bola.

  • PEGA FIRME – O San Lorenzo-ARG é o mais faltoso, com 34 infrações – seguido pelo próprio Nacional, com 30.

  • AMARELADO – Até por bater mais, o San Lorenzo acumula 10 cartões amarelos.

  • PEGA LEVE – O Grêmio foi o que cometeu menos faltas: 13.

  • PARADOS NA FALTA – Palmeiras (39) e River Plate (34) são os que mais sofreram infrações.

  • MARCAÇÃO ALTA – O River Plate é o time que mais vezes recuperou a bola no terço ofensivo: 12.

  • PEGADA – O Rosario Central-ARG lidera as tentativas de desarme com 55, seguido pelo Deportivo Táchira-VEN com 49 e pelo Estudiantes, com 45.

  • DEIXA ACONTECER – Após os já citados Bolívar e Grêmio (22), Botafogo e San Lorenzo (25) são os que menos tentam desarmes.

  • AFASTA A ZAGA – O Alianza já rebateu 63 bolas em dois jogos. Depois dele, o Strongest tem 56 e o Huachipato-CHI, 51.

  • ARGENTINOS DUELAM – River Plate e Rosario Central lideram a quantidade de disputas de bola, com 251 e 249.

  • PELO ALTO – Seis times têm mais de 70 duelos aéreos: Rosario, Junior Barranquilla-COL, São Paulo, Universitario, Cerro Porteño-PAR e Talleres-ARG.

  • BOMBARDEADOS – Os chilenos do Cobresal e do Palestino sofreram 45 e 43 finalizações, nesta ordem, seguidos por Strongest (42) e Caracas (41)

  • SACO DE PANCADAS – O Caracas, com 9 gols sofridos.

Onde o jogo acontece?

  • CHEGA POUCO – O Universitario tem apenas 17 toques na área adversária, segundo menor número.

  • BLOCO BAIXO – Os times paceños (Bolívar e Strongest) são os que registram a maior média de ações em seus terços defensivos na competição (32,9%), junto com o Junior Barranquilla. No que River Plate, São Paulo e Millonarios-COL têm menos de 20%.

  • JOGANDO NO ATAQUE – Estudiantes (33,2%), Millonarios (32,4%) e São Paulo (31,8%) são os times cujos jogos têm mais ações com bola nos seus terços ofensivos.

  • NÃO SEGURA A BOLA NA FRENTE – Na outra ponta, o Junior registra apenas 19,2% de posse no ataque.

  • ACELERADO – O San Lorenzo é o time com maior velocidade de transição até aqui com 2,10 m/s, seguido pelo Universitario com 2,09.

  • DEVAGAR E SEMPRE – O Fluminense é o mais lento, com 0,97 m/s.

  • IMPEDIDOS – O Atlético-MG está empatado com a LDU na liderança dos impedimentos, ambos com 10.

No ataque

  • CHUTA MUITO – O São Paulo finalizou 31 vezes, uma a mais que River e Bolívar. Já o venezuelano Táchira finalizou apenas 9 vezes.

  • EFICÁCIA – O Galo registrou a melhor taxa de conversão das duas primeiras rodadas da Libertadores. Nada menos do que 24% das suas finalizações terminaram em gols. No que é seguido pelo Bolívar, com 19,4%, e pelo Junior, com 18,2%.

  • DE CABEÇA – Cobresal (46,7%) e São Paulo (35,1%) têm os mais altos percentuais de finalizações de cabeça comparadas ao total de suas tentativas.

  • DE LONGE – O Cerro Porteño tentou de fora da área 79,2% de suas finalizações. O Táchira tem 70%.

Goleiros

  • GOLEIRO DE FÉRIAS – Apenas um chute foi na direção do gol do River Plate. E Armani defendeu.

  • GOLEIROS MAIS EFICIENTES – Rigamonti, do Palestino, já ‘evitou’ 1,99 gols. Seguido por Lampe, do Bolívar, e Requena, do Cobresal, com 1,73.

  • GOLEIROS QUE ESTÃO DEVENDO – 15 goleiros estão ‘devendo’, ou seja, sofreram mais gols que o esperado. Os piores números da lista são de Fariñez (-3,86), do Caracas, e Burrai (-1,26), do Barcelona.