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Atenção primária à saúde evitou mais de 300 mil mortes infantis na América do Sul

Os cuidados de saúde primários (CSP) evitaram a morte de mais de 300.000 crianças no Brasil, Colômbia, Equador e México durante as últimas duas décadas e podem evitar mais de 140.000 óbitos infantis até 2030.

Os dados são de um estudo do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) que avaliou os impactos dos sistemas de saúde nos quatro países latino-americanos e foi publicado na The Lancet Global Health.

O que são cuidados de saúde primários (CSP)?

Os cuidados de saúde primários (CSP) são uma definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as intervenções de saúde básicas acessadas por uma população. No Brasil, também pode ser chamada de atenção primária à saúde (APS), a primeira fase de contato das pessoas, famílias e comunidades com o sistema de saúde.

Cuidados de saúde primários salvaram vidas

A pesquisa de Avaliação de Impacto na Saúde realizada entre 2000 e 2019 no Brasil, Colômbia, Equador e México investigou os impactos da atenção primária na saúde a partir de dados de cobertura de APS e mortalidade entre os recém-nascidos e as crianças de cinco anos:

  • Foram mais de 300.000 mortes infantis evitadas no período.
  • A previsão é de que a atenção primária salve 142.285 crianças até 2030, mesmo em um cenário de crise econômica.
  • A alta cobertura dos cuidados iniciais de saúde está relacionada a uma redução de cerca de 30% na mortalidade infantil.
  • O impacto foi significativamente maior entre as doenças ligadas à pobreza, como a anemia e a subnutrição, e aquelas evitadas pela vacinação.

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Expansão dos cuidados de saúde primários

A América do Sul foi uma das regiões mais afetadas pela pandemia da COVID-19. Grande parte dos países pode ser obrigado a adotar medidas para reduzir o déficit público e a dívida gerada por esse período.

A expansão dos cuidados de saúde primários pode ser uma estratégia eficaz para mitigar o impacto econômico na saúde e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente na saúde infantil, afirma a pesquisadora Ana Moncayo do CISeAL (Centro de Pesquisas em Saúde da América Latina) e autora do estudo para o Medical Xpress.

Os cientistas também destacam a importância de dados administrativos de alta qualidade (demográficos, socioeconômicos e de saúde) para orientar as decisões tomadas pelos governos.