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Molécula inédita pode dar respostas sobre tratamento do câncer

Um estudo publicado este mês na revista Journal of Medicinal Chemistry descreveu o desenvolvimento de uma molécula inédita que pode mudar a compreensão de diferentes tipos de câncer. O trabalho teve envolvimento de pesquisadores e instituições brasileiras e investiga a novidade com potencial para apoiar o tratamento da doença.

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Descoberta pode mudar compreensão do câncer

Segundo a Agência Fapesp, a molécula inédita descoberta pode inibir a proteína VRK1, envolvida na manutenção da integridade do DNA e na proliferação de alguns tipos de câncer, como de mama, próstata, intestino, gliomas (no cérebro) e ovário.

Entenda:

  • Como explicou a pesquisa, as células dos tumores passam por mutações e se multiplicam rapidamente. Isso faz com que elas acumulem erros no genoma do DNA;
  • A VRK1 é uma proteína quinase, que modifica outras proteínas adicionando moléculas de fosfato. Ela também participa na resposta celular que detecta e repara os danos ao DNA;
  • Na prática, ela viabiliza a proliferação das células mutadas. Já a ausência da VRK1 faz com que as células acumulem erros no genoma e levem à morte celular;
  • Em células de tumores, a quinase é produzida em quantidades maiores.
Estrutura 3D da proteína VRK1 e da ligação dela com a nova molécula (Imagem: André Santiago/CQMED/Reprodução)

Molécula serve como ferramenta para investigar câncer e encontrar tratamento

A descoberta da nova molécula serve como uma ferramenta para investigar os efeitos que a inibição da proteína causa tanto nas células saudáveis quanto nas tumorais. Os pesquisadores fizeram ensaios para mostrar a ação delas.

O estudo também aponta o potencial da VRK1 como alvo do tratamento em diversos tipos de câncer.

Neste trabalho, mostramos que diante da inibição da VRK1 em células não ocorre a reparação dos erros e elas acabam morrendo, pois o acúmulo de danos é muito grande.

Rafael Couñago, pesquisador do CQMED e autor do artigo

O trabalho foi liderado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Aché Laboratórios Farmacêuticos, com pesquisadores de diferentes países. A publicação é resultado de cinco anos de pesquisa na proteína.

A esperança é entender os efeitos dessa relação para descobrir mais sobre o câncer e novas formas de tratamento.