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Quais são os riscos de antecipar o parto? Estudo brasileiro responde

Normalmente, as grávidas brasileiras não gostam da ideia de dar à luz durante feriados prolongados. É o que aponta uma pesquisa do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa realizada no Carnaval. A investigação também descobriu que a prática de antecipar o parto pode ser arriscada para a saúde dos bebês.

O estudo foi publicado na revista científica Health Economics.

Estudo aponta que antecipar o parto pode ser prejudicial ao bebê. Imagem: Taras Grebinets/Shutterstock

Antecipar o parto para evitar dar à luz no feriado é arriscado

  • Segundo pesquisa brasileira, atrasar um parto pode até aumentar a idade gestacional e reduzir a mortalidade neonatal.
  • Mas se a grávida desejar antecipar, o resultado pode não ser tão positivo. Nesses casos, há a redução da idade gestacional e do peso ao nascer, especialmente em gestações de alto risco.
  • A prática de antecipar o parto em função dos feriados é mais comum entre as mães com maior nível educacional.
  • Apesar de trazer mais conforto e comodidade à grávida, diminuir o tempo de gestação coloca a saúde do bebê em risco.
  • Quando os partos não são antecipados, muitas gestantes acabam tendo partos naturais, resultando em melhores resultados de maturidade e sobrevivência neonatal.
  • Um aumento de 3,5 dias na gestação pode levar a um ganho de peso do bebê de 60 gramas, sendo que os partos atrasados provavelmente têm efeitos positivos ainda maiores.
  • Em média, o Carnaval no Brasil aumenta o tempo de gestação em 0,06 dia e diminui a mortalidade neonatal em 0,30 por 1.000 nascidos vivos.

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Brasil tem índice de cesáreas maior que a média mundial. Imagem: Prostock-studio/Shutterstock

Cesáreas antecipadas são comuns no Brasil

Nos hospitais privados do Brasil, 86% dos partos são cesáreas. Número muito acima da média nacional de 55%, que já é elevada em comparação com a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de 15%. O país é o segundo no mundo que mais faz cesáreas, ficando atrás da República Dominicana.

Carolina Melo, principal autora da pesquisa, alerta em entrevista à Agência FAPESP que os resultados da investigação indicam que muitos partos no Brasil ocorrem cedo demais, resultando em bebês com condições de saúde piores do que teriam se as gestações fossem mais prolongadas.

A equipe de pesquisa finaliza o estudo destacando como políticas públicas para limitar a antecipação de partos sem necessidade médica ajudariam a reduzir os riscos de nascimentos prematuros e baixo peso dos bebês recém-nascidos.