Desde o início da pandemia, a ciência vem investigando quais fatores no estilo de vida ou na genética podem amenizar, ou piorar, a Covid-19. Um desses fatores é o uso da cannabis. Até o momento, não havia evidências suficientes para confirmar qual é a relação da prática com a doença. No entanto, uma nova pesquisa acaba de confirmar: fumar maconha pode aumentar o risco de uma infecção mais grave.
A descoberta é resultado da análise de dados de saúde de 72.501 pacientes que tiveram Covid-19. As informações são dos primeiros anos da pandemia, entre 2020 e 2022. O estudo foi conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington.
Uso de cannabis pode piorar o quadro da Covid-19
- Cientistas descobriram que o uso de cannabis eleva o risco de Covid-19 grave a um nível semelhante ao tabagismo.
- Entre aqueles que usaram cannabis pelo menos uma vez no ano anterior à infecção por Covid-19 tinham mais chances de serem internados e precisarem de cuidados intensivos.
- A probabilidade, nesse caso, é de 80% a mais de chance de hospitalização e 27% a mais de internação na UTI, comparado com quem não usava.
- O risco para os tabagistas é de 72% a mais de chance de hospitalização e 22% a mais de probabilidade de internação.
- Todos os resultados também levaram em consideração fatores como sexo, idade, raça e outras condições médicas.
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A cannabis tem mais chance de ser a vilã
A nova descoberta contradiz pesquisas anteriores que sugerem que a cannabis ajuda a combater doenças virais. “A maior parte das evidências positivas vem de estudos em células ou animais”, afirma Li-Shiun Chen, autor da pesquisa, para o Medical Xpress. Seu estudo é baseado em dados de saúde reais, o que gera resultados mais confiáveis.
Ainda não se sabe por que a cannabis pode agravar a Covid-19, mas a fumaça pode danificar os pulmões. A substância também pode suprimir o sistema imunológico. De qualquer modo, seu papel nessa história é mais provavelmente o de uma vilã.
O estudo não diferenciou entre fumar e consumir alimentos com cannabis. Por isso, mais pesquisas são necessárias na área. Detalhes da análise foram publicados na revista JAMA Network Open.