O plástico é um dos materiais mais polêmicos dos últimos tempos. Em 2018, a Organização das Nações Unidas (ONU) deu início a um movimento de conscientização global sobre o tema. Segundo a entidade, a poluição causada pelo descarte de objetos plásticos é um dos grandes desafios da atualidade.
Isso porque o material pode levar mais de 400 anos para se decompor. E aproximadamente 8 milhões de toneladas de plástico são descartados em nossos oceanos anualmente – o que leva à morte de cerca de 100 mil animais marinhos (por ano também).
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Sim, algumas empresas deixaram de oferecer canudos plásticos e o substituíram por objetos de papel. Mas ainda não é o suficiente. Estimativas apontam para o uso de cerca de 500 bilhões de sacolas plásticas descartáveis anualmente. E falam em cerca de 1 milhão de garrafas de plástico compradas por minuto no mundo.
Além da questão ambiental, tem ainda o lado da saúde. Surgem cada vez mais artigos científicos alertando para a presença de microplásticos em nosso corpo. Até mesmo no cérebro de algumas pessoas!
E um novo estudo feito por cientistas chineses traz um alerta diferente relacionado a esse material. De acordo com os pesquisadores, deixar uma garrafa PET exposta por muito tempo ao sol pode oferecer certos riscos.
Produtos químicos tóxicos
- De acordo com esse novo artigo científico, garrafas plásticas de água expostas à luz solar se degradam e emitem uma grande variedade de compostos orgânicos voláteis (COV).
- Esses COVs são produtos químicos que evaporam facilmente à temperatura ambiente.
- Eles podem ser encontrados em muitos itens do nosso cotidiano, incluindo combustíveis, solventes, tintas e produtos de limpeza.
- Como dissemos, eles também estão em plásticos como os usados na fabricação de garrafas de água e embalagens de alimentos.
- Muitos são inofensivos, mas alguns podem ter efeitos adversos à saúde a curto e longo prazo.
- Nesse último estudo, cientistas na China expuseram seis tipos de garrafas plásticas de água à luz ultravioleta-A e à luz solar.
- Eles descobriram que esse processo liberava uma mistura complexa de COVs, incluindo alcanos, alcenos, aldeídos e ácidos.
- Todas as garrafas do estudo dão de tereftalato de polietileno (PET) – um dos plásticos mais utilizados.
- Os pesquisadores explicam que a causa da liberação dos produtos químicos da garrafa é a fotodegradação, um processo no qual a estrutura do plástico se quebra em resposta à luz.
Risco reduzido no curto prazo
Apesar da descoberta, os cientistas chineses destacam que o risco de uma contaminação é mínimo.
“Considerando o peso médio de um recipiente (aproximadamente 20 g), a quantidade de COVs volatilizados de um único recipiente foi de apenas alguns nanogramas. Consequentemente, mesmo após exposição prolongada, abrir e consumir água de um recipiente engarrafado representa riscos mínimos para a saúde dos seres humanos”, escreveram os autores.
Embora o perigo de um gole único de água contaminada seja mínimo, os investigadores descobriram que a exposição prolongada está potencialmente associada a um risco cumulativo para a saúde.
E destacam que esse tipo de informação deve chegar aos consumidores:
“Nossas descobertas fornecem evidências convincentes de que as garrafas plásticas, quando expostas à luz solar, podem liberar compostos tóxicos que representam riscos à saúde. Os consumidores precisam estar cientes desses riscos, especialmente em ambientes onde a água engarrafada é exposta à luz solar por períodos prolongados”, disse, em comunicado, o Dr. Ou Huase, da Universidade de Jinan, na China.
O estudo aparece na revista Eco-Environment & Health.
As informações são do IFL Science.