Fundado em 2020, durante a pandemia do coronavírus, o Patriotas Futebol Clube pode escrever um capítulo importante em sua curta história, diante de um dos times mais tradicionais do estado: o Paraná Clube.
Com o apoio da Fertilize, o “clube-empresa” é o próximo desafio na vida do Tricolor, podendo definir o futuro da equipe da Vila Capanema. Neste sábado (6), às 16h, Patriotas e Paraná iniciam a briga por uma vaga na elite do futebol paranaense em jogo que acontece no Estádio Atílio Gionédis, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba.
O local da partida, aliás, gerou polêmica nos últimos dias por se tratar de um estádio acanhado, com pouca estrutura para um clube de futebol profissional. O Atílio Gionédis comporta a presença de 4.198 torcedores. Porém, por questões de segurança, a capacidade do estádio será reduzida para 2 mil torcedores – sendo apenas 200 paranistas.
O Patriotas até tentou que a partida fosse disputada com portões fechados, mas conseguiu “apenas” a redução da capacidade do estádio. As ruas do entorno do local também estarão fechadas pela Polícia Militar por questões de segurança, tendo acesso somente os torcedores que possuem ingresso.
“Nesse ano, a nossa casa é o Estádio Atílio Gionédis. Já foi feito um contrato desde o início do campeonato para jogarmos aqui e não tínhamos o interesse de jogar em outro local. O jogo vai ser difícil, mas estamos preparados”, destaca o diretor-executivo do Patriotas, Jadir Setti.
Especulou-se que o primeiro jogo poderia até ser “vendido” para um estádio maior, já que a torcida do Paraná Clube tem lotado os seus jogos. Mas, o objetivo do rival paranista é mesmo conquistar uma vaga na Série A do Estadual.
“É uma decisão equilibrada. A gente espera, com o nosso mando, fazer um grande jogo, para levar um bom resultado para o segundo duelo. O Paraná tem as suas necessidades. Mas, a gente também quer ir para a elite. Vamos fazer um jogo de igual para igual”, frisa o experiente zagueiro Juan Sosa.
“Sabemos que as semifinais contra o Paraná serão desafiadoras, pois é uma equipe forte e de muita tradição no Estado. Mas confio no nosso trabalho e sei que estamos preparados e confiantes para essas partidas. Vamos dar o nosso melhor para sair vitoriosos e chegar ainda mais longe na competição”, disse o atacante Brito.
Patriotas possui técnico com experiência em acessos
Para a disputa da Divisão de Acesso deste ano, o Patriotas apostou na contratação de um técnico com experiência na competição e com uma lista extensa de acessos em seu currículo. Claudemir Sturion, 60 anos, foi, inclusive, o campeão da última Segundona, no comando do Andraus.
“Nós vamos enfrentar uma equipe de tradição, com várias glórias no futebol paranaense, mas esperamos que Deus nos abençoe com mais um acesso. Nós vivemos do futebol, queremos ver o Paraná bem, mas eu vou defender o meu ‘ganha pão’. Que vença o melhor”, destaca o treinador.
Grama sintética do Atílio Gionédis gerou desconforto entre os clubes
Após a confirmação do confronto para o Estádio Atílio Gionédis, o Paraná até tentou agendar um treinamento para o local. Mas, a diretoria do Patriotas vetou. O Tricolor deve realizar dois treinos, nesta quinta-feira e sexta-feira, em um campo sintético do CT da Graciosa, do Coritiba.
“A gente da bola sempre fala que o campo sintético muda o contexto do jogo. É diferente e a gente tem que se adaptar. E por isso treinar essa semana diante desses campos vai ser muito primordial para que a gente possa se encaixar nesse estilo de jogo”, disse o técnico Tcheco, em entrevista após o empate com o Paranavaí, no último fim de semana.
Comandante do Patriotas, Claudemir Stuorion destacou a importância de atuar no Atílio Gionédis. “É claro que a gente leva uma certa vantagem. É esse campo que a gente jogou o campeonato todo, não tinha como sair daqui. Nós vamos enfrentar uma equipe de tradição, a gente respeita, mas cada uma vai defender o seu lado”, ressalta.
Qual a relação entre Patriotas e a política?
Quando o assunto é o nome “Patriotas”, já se levanta questionamentos sobre sua origem política, mas Jadir Setti, diretor-executivo do clube, esclarece que não há relação alguma com movimentos brasileiros de direita. O clube teve o nome inspirado no time de futebol americano New England Patriots.
“Muitos falam sobre política, mas não tem relação nenhuma. Foi um nome estudado. Mas, tem histórias engraçadas. Uma vez chegamos a ir para Londrina de ônibus. Na época da eleição, o pessoal batia palma para nós achando que éramos algum movimento político. Mas, realmente, não tem relação nenhuma”, conclui o dirigente.
“Filial” no Paraguai e planos de novo estádio em Campo Largo
Amante do futebol, o presidente do Patriotas, o empresário Olaídes Ferreira, também abriu uma espécie de “filial” do clube no Paraguai, onde é situada uma das empresas da Fertilize. Também chamado de Patriotas, o clube está na disputa da Copa Paraguaia.
Já o Patriotas paranaense possui planos ousados. Além de mirar a disputa de campeonatos nacionais, o clube já tem uma área comprada para a construção de um estádio próprio. “Nós adquirimos um terreno em Campo Largo para criarmos o nosso estádio. Até possuímos uma área arrendada no bairro Ganchinho, em Curitiba, onde realizamos nossos treinamentos, mas lá não conseguimos levantar arquibancadas por proibição da Prefeitura. Mas, logo teremos a nossa própria casa”, garante Jadir Setti.
Confira imagens do treino do Patriotas no Atílio Gionédis
Fotos: Átila Alberti/UmDois Esportes.