A Meta vai permitir que um grupo de pesquisadores acesse dados para analisar o impacto do Instagram na saúde mental de adolescentes e jovens adultos. Eles terão acesso aos dados da rede social por até seis meses.
Esses dados podem incluir, por exemplo: por quanto tempo os usuários jovens usam o Instagram e como suas contas estão configuradas. A iniciativa da Meta é em parceria com o Center for Open Science (COS), que a divulgou no X na quarta-feira (17).
No entanto, existem ressalvas: a Meta não fornecerá acesso a informações demográficas dos usuários, nem incluirá o conteúdo de suas postagens, comentários ou mensagens entre os dados fornecidos aos pesquisadores.
Instagram vai ajudar pesquisadores a estudar se a rede faz mal a adolescentes
O programa piloto da Meta com o COS pode viabilizar a condução de estudos independentes. Por sua vez, essas pesquisas podem oferecer insights sobre a relação entre as redes sociais e o bem-estar (ou mau-estar) dos adolescentes.
Por meio do programa, repercutido primeiramente pela revista The Atlantic, o COS escolherá até sete propostas de pesquisa em diferentes áreas relacionadas à saúde mental dos jovens. E a Meta não estará envolvida nesta parte do processo.
“Pais, legisladores, acadêmicos e empresas de tecnologia estão se esforçando para encontrar a melhor maneira de apoiar os jovens enquanto eles navegam nos espaços online, mas precisamos de mais dados para entender o quadro completo”, disse Curtiss Cobb, vice-presidente de pesquisa da Meta, em comunicado.
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A Meta virou alvo de diversos processos judiciais nos Estados Unidos nos últimos meses. A maioria deles acusa a empresa de viciar os usuários, especialmente os mais jovens, a partir de seus algoritmos.
As ações apontam que o vício levou a tentativas de suicídios (algumas bem-sucedidas), distúrbios alimentares e insônia, entre outros problemas. Nas duas últimas semanas de junho, oito processos foram protocolados contra a dona do Instagram em tribunais dos EUA.
Segundo os advogados responsáveis pela ação, “esses aplicativos poderiam ter sido projetados para minimizar possíveis danos, mas, em vez disso, foi tomada a decisão de viciar agressivamente adolescentes em nome dos lucros corporativos”.
O que diz a Meta
- A Meta preferiu não se pronunciar oficialmente sobre as novas ações protocoladas na Justiça dos EUA;
- Em abril de 2024, a empresa disse que estava aprimorando as ferramentas fornecidas para os pais acompanharem o que seus filhos fazem nas plataformas;
- A big tech também destacou que, para adolescentes em particular, envia um lembrete “Faça uma pausa”;
- Este aviso ainda leva os usuários a tópicos diferentes se eles se detiverem em um assunto específico por muito tempo.