Pesquisadores chineses analisaram o sêmen de 40 homens e descobriram que todos apresentavam resíduos de microplásticos. O mais alarmante é que nenhum dos pacientes trabalha ou tem qualquer tipo de relação com a indústria plástica.
Oito tipos de substâncias foram identificadas nas amostras
O poliestireno foi o mais presente, com 32% de prevalência. Ele está presente em embalagens, como copos e pratos descartáveis, bandejas de alimentos, recipientes, utensílios descartáveis e em formas de espuma como isopor para isolamento.
Além disso, foram encontradas grandes quantidades de polietileno, que é um dos plásticos mais comuns e é usado em sacolas plásticas, garrafas de plástico, recipientes de alimentos, filmes plásticos, entre outras coisas. E também de policloreto de Vinila, utilizado em uma variedade de produtos, incluindo tubos de água e esgoto, revestimentos de cabos elétricos, janelas, portas e cartões.
O estudo ainda analisou a mobilidade do espermatozoide e a qualidade dele em meio à quantidade de plástico e descobriu que houve amostras com redução desses indicadores. No entanto, novas pesquisas são necessárias para compreender melhor quais podem ser os impactos à saúde da exposição aos materiais.
Os pesquisadores afirmaram que, apesar da embalagem da camisinha conter plástico, os resultados não têm relação com os preservativos. Segundo eles, ingerimos uma grande quantidade de microplásticos, uma vez que estas substâncias estão presentes em embalagens como garrafas e até nos peixes que comemos e na água que bebemos. As informações são do G1.
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Riscos dos microplásticos
- Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
- Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
- Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
- Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
- Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
- Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
- Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
- Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.