Você já percebeu que a gente utiliza a palavra amor nos mais diferentes contextos? Por exemplo, os pais amam seus filhos, mas também amam seus pares românticos. Essas mesmas pessoas dizem ainda amar uma banda de rock ou um time de futebol. Será que é tudo a mesma coisa?
Um estudo da Universidade de Aalto, na Finlândia, ajuda a desvendar essa questão ao mostrar que esses tipos diversos de sentimentos se manifestam em partes diferentes do nosso cérebro.
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No ano passado, essa mesma equipe de pesquisadores já havia promovido uma série de entrevistas para tentar entender onde nós sentimos o amor. Agora, eles foram além: utilizaram imagens de ressonância magnética para medir a atividade cerebral das pessoas enquanto elas falavam sobre suas vidas.
O estudo mapeou 6 tipos de amor: pelo parceiro romântico, pelos filhos, amigos, estranhos, animais de estimação e natureza.
E os resultados foram muito interessantes!
O amor de cada um
- Os pesquisadores demonstraram que a atividade neural durante um sentimento de amor depende do objeto.
- Explico: amar um outro ser humano é diferente de amar uma praia, por exemplo.
- O amor pelos filhos gerou a atividade cerebral mais intensa, seguido de perto pelo amor romântico, como mostram as imagens.
- O amor interpessoal recrutou áreas cerebrais de cognição social na junção temporoparietal e estruturas da linha média significativamente mais do que o amor por animais de estimação ou natureza.
- Um fato curioso é que a atividade cerebral de quem tem pet é muito diferente de quem não tem.
- O cérebro dos tutores se iluminou em partes similares ao cérebro de pais.
- Por isso, os cientistas acreditam que a experiência do amor é moldada por fatores não só biológicos, mas também culturais, empíricos e de vivência.
- Resumindo, o amor entre pessoas costuma ativar mais áreas do nosso cérebro, mas a experiência de amor de cada um é única e depende de uma série de fatores.
Você pode ler o estudo na íntegra na revista Cerebral Cortex.
Mais sobre a pesquisa anterior
Como eu citei, vale a pena o registro. Essa mesma equipe já havia promovido um estudo anterior sobre o assunto. Nele, os cientistas pediram aos entrevistados que dissessem onde eles sentiam o amor no corpo e o quão intenso era essa sensação – física e mentalmente.
Ao todo, foram sugeridos 27 tipos diferentes de amor e o gráfico a seguir mostra o resultado:
É interessante destacar que todos os tipos foram sentidos fortemente na cabeça, mas diferiram em todo o resto do corpo: alguns se espalharam apenas para o peito, enquanto se espalharam por todos os cantos.
A identificação do cérebro como fator central do sentimento levou os pesquisadores a lançar essa nova pesquisa sobre a qual falamos há pouco.
Se quiser saber mais sobre o primeiro estudo, você pode acessar a íntegra na revista Philosophical Psychology.
As informações são do EurekAlert.