O Reino Unido começou a testar vacinas contra câncer de pulmão neste mês. De acordo com a BBC, o homem de 67 anos se chama Janusz Racz. Ele particia do ensaio clínico em estágio inicial. Os médicos esperam que o novo tratamento seja revolucionário.
Essa é mais um dos tipos de câncer para os quais imunizantes estão sendo testados. Neste ano, o mesmo tipo de vacina obteve sucesso em testes contra câncer cerebral. O tratamento também mostrou eficácia em câncer de pele.
No entanto, essas ferramentas não servem para prevenir a doença, e sim evitar que ela retorne. As vacinas são baseadas em tecnologia RNA mensageiro (mRNA), o mesmo que da covid-19, e são personalizadas para cada paciente.
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Em vez de ensinar às células do sistema imune a como reconhecer patógenos antes de uma infecção, as vacinas contra câncer identificam proteínas provocadas por células cancerígenas. Assim, provocam uma reação do sistema imune contra tumores já existentes.
Em uma das abordagens da vacina, os médicos extraem parte do tumor. Isso servirá para construir a vacina de mRNA, que conseguirá decodificar as proteínas mutantes únicas. Os pacientes também recebem um medicamento que estimula o sistema imunológico.
Quando o mRNA entra nas células saudáveis do paciente, produz neoantígenos que educam o sistema imunológico para atacar o tumor.
As vacinas contra câncer funcionam?
Depois de muitas décadas, vacinas contra câncer começam a mostrar sinais de eficácia com potencial de ajudar os pacientes. Um dos últimos números sobre os imunizantes pertence a um estudo com 157 pessoas com melanoma.
A pesquisa da farmacêutica Moderna junto com a empresa de tecnologia MSD mostra que a combinação da vacina e os medicamentos de estímulo ao sistema imunológica reduz em 50% o risco de recorrência da doença ou morte em comparação com o uso apenas do medicamento sozinho. O imunizante também reduziu em 62% o risco de metástase.
Os resultados trazem entusiasmo para a área de vacina contra câncer, mas ainda são necessários estudos maiores para confirmar os resultados promissores.
Uma das empresas por trás da vacina é a Moderna e BioNTech, que aproveitaram a expertise reunida durante a covid-19 com mRNA. A Moderna já levantou a possibilidade de usar a ferramenta no caso de doenças em último estágio, quando o câncer já se espalhou por várias partes do corpo. Mas nesses casos a resposta imunológica raramente leva a regressão do tumor e sobrevivência a longo prazo do paciente.