O envelhecimento é um processo inevitável e, idealmente, deveria ser uma fase de relaxamento e recompensa pelo trabalho de vida. No entanto, o envelhecimento também está frequentemente associado a doenças e declínios metabólicos, como explica um artigo do The Conversation.
A cada segundo, nossas células realizam bilhões de reações bioquímicas para manter funções vitais, formando uma rede metabólica interconectada. Se essa rede é interrompida, pode acelerar o envelhecimento e causar doenças.
A questão é: o envelhecimento causa o declínio metabólico ou é a disfunção metabólica que acelera o envelhecimento, ou ambos?
Para responder a isso, é crucial entender como a disfunção metabólica ocorre com o envelhecimento e doenças, investigando a complexa relação entre metabolismo, estresse e envelhecimento, visando promover um envelhecimento mais saudável e vibrante.
- O envelhecimento é um fator de risco para doenças como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
- Essas condições estão frequentemente ligadas à interrupção da homeostase celular, o equilíbrio interno do corpo, o que leva a problemas de saúde e acelera o envelhecimento.
- A disfunção metabólica está associada a vários sinais de envelhecimento celular, como o encurtamento dos telômeros (proteção dos cromossomos) e instabilidade genômica.
- Também afeta o funcionamento das mitocôndrias, a senescência celular (células que param de se dividir), desequilíbrios no microbioma e a capacidade reduzida das células de responder a nutrientes.
Em camundongos envelhecidos, a atividade aumentada de uma proteína inflamatória reduz a capacidade das células da medula óssea de produzir e armazenar energia, levando a maior inflamação e dependência da glicose.
Inibir essa proteína pode melhorar a produção de energia e a função cerebral, sugerindo que parte do envelhecimento cognitivo pode ser revertida.
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Recentemente, a ciência revelou uma conexão entre metabolismo da glicose e doenças neurodegenerativas, levando-nos a identificar um medicamento contra o câncer que pode tratar Alzheimer.
A enzima IDO1, que quebra o aminoácido triptofano em quinurenina, está envolvida nesse processo. O excesso de quinurenina prejudica o metabolismo da glicose, essencial para o cérebro. Inibidores da IDO1, usados para tratar câncer, podem melhorar a função cerebral e o metabolismo da glicose.
As descobertas mostram que direcionar o metabolismo pode não apenas retardar, mas também reverter a progressão de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
Investigações adicionais podem melhorar nossa compreensão sobre como o metabolismo afeta a resposta ao estresse e o equilíbrio celular ao longo da vida, abrindo caminho para um envelhecimento mais saudável.