A contratação do Athletico para ter Lucho González como treinador é mais uma na lista de apostas do clube. Com perfil de preterir medalhões, o Furacão tem uma série longa de nomes de comandantes que não tinham experiência e até notoriedade no cargo.
Lucho teve passagens como auxiliar pelo Ceará, onde também foi técnico principal, sem sucesso, após a saída de Alberto Valentim, e Internacional. A identificação com o Furacão e a relação com alguns dos atuais jogadores do elenco pesam a favor diante da pouca experiência.
No ano passado, por exemplo, o interino Wesley Carvalho foi ficando desde as saídas de Luiz Felipe Scolari e Paulo Turra. Em quase seis meses, ele comandou a equipe em 33 jogos, com 11 vitórias, 13 empates e nove derrotas. O aproveitamento foi de 46,4%.
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Carvalho seguiu a linha de outros dois técnicos rubro-negros. O português António Oliveira chegou em 2020 para assumir o time de aspirantes, mas foi promovido ao grupo principal para substituir Paulo Autuori. O fim foi um pedido de demissão após uma sequência negativa de seis jogos sem vencer no Brasileirão e a queda no Campeonato Paranaense 2021 para o FC Cascavel.
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Paulo Turra, indicado por Luiz Felipe Scolari (o maior medalhão que comandou o Athletico nos últimos anos), assumiu como treinador do Furacão em 2023. O gaúcho teve 35 partidas, com 24 vitórias, quatro empates e sete derrotas, ou seja, aproveitamento de 72%. Ele teve resultados positivos e chegou ao título invicto do Campeonato Paranaense, mas perdeu o cargo após a saída polêmica de Felipão ao Atlético-MG.
Pode se dizer que a aposta mais certeira foi a feita em Tiago Nunes, responsável por assumir após o afastamento de Fernando Diniz. Na primeira chance em um clube com maior visibilidade, o atual técnico da Universidade Católica, do Chile, conseguiu o título da Copa Sul-Americana. O primeiro título continental permitiu a permanência para 2019, quando o Furacão conquistou a Copa do Brasil.
Se relembrar os times de aspirantes que o Athletico colocou para jogar nos Estaduais, a lista aumenta. Rafael Guanaes, hoje no Operário, e até o sérvio Dejan Petkovic, que caiu na semifinal do Paranaense em 2014 após comandar o time sub-23.
Entre outros nomes que foram apostas do Athletico neste século estão Fabiano Soares e o alemão Lothar Matthäus, ambos sem brilho.
Na lista dos menos conhecidos, dá para relembrar os nomes de Arthur Bernardes, vice-campeão estadual em 2013, e Marcelo Vilhena, comandante no início de 2015.
Petraglia acha que técnicos não ganham jogos
Em 2020, quando a torcida do Athletico fez coro pelo retorno de Tiago Nunes, o presidente Mário Celso Petraglia deixou claro que a campanha ruim da equipe na época era pela saída dos jogadores. Na visão do mandatário rubro-negro, pelo menos naquela época, os treinadores não ganham jogos.
“As (SIC) viúvas do ex-treinador parem de pensar que quem ganha partidas é o técnico! Quem ganha jogo é jogador! Saíram por várias razões 16 atletas do grupo de 2019”, disse ele, na ocasião.
Lista de treinadores do Athletico nos últimos 30 anos
1994: Hélio dos Anjos
1995: Sérgio Cosme, Zequinha e Pepe
1996: Emerson Leão, Cabralzinho, Carlos Gainete e Evaristo de Macedo
1997: Jair Pereira e Abel Braga
1998: Abel Braga e João Carlos Costa
1999: Antônio Clemente e Vadão
2000: Vadão, Arthur Neto e Antônio Lopes
2001: Paulo César Carpegiani, Flávio Lopes, Mário Sérgio e Geninho
2002: Geninho, Riva Carli (interino), Valdir Espinosa, Gilson Nunes e Abel Braga
2003: Heriberto da Cunha, Vadão e Mário Sérgio
2004: Mário Sérgio, Julio Toledo Piza (interino) e Levir Culpi
2005: Casemiro Mior, Edinho, Borba Filho (interino), Antônio Lopes e Evaristo de Macedo
2006: Lothar Matthäus, Givanildo Oliveira e Vadão
2007: Vadão, Antônio Lopes e Ney Franco
2008: Ney Franco, Roberto Fernandes, Tico dos Santos (interino), Mário Sérgio e Geninho
2009: Geninho, Waldemar Lemos e Antônio Lopes
2010: Antônio Lopes, Leandro Nehues, Paulo César Carpegiani e Sérgio Soares
2011: Sérgio Soares, Leandro Nehues (interino), Geninho, Adílson Batista, Renato Gaúcho e Antônio Lopes
2012: Juan Ramón Carrasco, Jorginho e Ricardo Drubscky
2013: Ricardo Drubscky e Vagner Mancini
2014: Miguel Ángel Portugal, Leandro Ávila (interino), Doriva e Claudinei Oliveira
2015: Claudinei Oliveira, Enderson Moreira, Milton Mendes, Sérgio Vieira (interino) e Cristóvão Borges
2016: Cristóvão Borges, Paulo Autuori
2017: Paulo Autuori, Eduardo Baptista e Fabiano Soares
2018: Fernando Diniz e Tiago Nunes (interino)
2019: Tiago Nunes e Eduardo Barros (interino)
2020: Dorival Júnior, Eduardo Barros (interino) e Paulo Autuori
2021: Paulo Autuori, António Oliveira e Alberto Valentim
2022: Alberto Valentim, Fábio Carille e Felipão
2023: Paulo Turra e Wesley Carvalho (interino)
2024: Juan Carlos Osorio, Cuca, Juca Antonello, Martín Varini e Lucho González
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