A maioria das mortes por câncer ocorrem após a doença entrar em estado de metástase – quando células cancerígenas se espalham do tumor original para outras partes do corpo. E pesquisadores do Centro Oncológico Montefiore Einstein (MECCC) descobriram um mecanismo imunológico natural em camundongos que impede células cancerígenas de formarem novos tumores em outras partes do corpo.
A descoberta, divulgada nesta segunda-feira (07), abre caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos para manter as células cancerígenas em dormência. Ou impedir que células mais agressivas se tornem resistentes. Em última análise, isso pode levar a avanços no tratamento do câncer em estado de metástase.
Pesquisadores descobrem mecanismo imunológico que impede formação de tumores
O mecanismo descoberto pelos pesquisadores envolve macrófagos alveolares nos pulmões, mantendo as células cancerígenas em estado dormente. É que as células cancerígenas disseminadas (DCCs) podem se comportar de duas maneiras:
- Algumas se tornam imediatamente agressivas e formam novos tumores;
- Outras entram em estado de dormência, permanecendo inativas por anos ou até décadas.
Os cientistas identificaram um novo papel dos macrófagos alveolares – responsáveis pela defesa dos pulmões contra infecções e substâncias perigosas. Eles descobriram que os macrófagos secretam a proteína TGF-β2, que envia sinais para as células cancerígenas, mantendo-as em estado dormente.
Como os cientistas descobriram: a remoção dos macrófagos alveolares em camundongos resultou num aumento significativo de metástases nos pulmões. Isso demonstrou que essas células imunológicas desempenham um papel crucial na prevenção da ativação das DCCs.
Leia mais:
O que isso significa: esses macrófagos que ficam nos pulmões interagem ativamente com as DCCs, regulando seu comportamento e prevenindo o desenvolvimento de novos tumores.
- Esse processo é crítico, pois o câncer de mama e outros tipos de câncer frequentemente metastatizam para os pulmões.
No entanto, as células cancerígenas disseminadas possuem um mecanismo de evasão que é um desafio para tratamentos de câncer em metástase. À medida que se tornam mais agressivas, elas podem se tornar resistentes aos sinais pró-dormência dos macrófagos alveolares. Isso permite que “despertem” e formem metástases. Daí a importância da descoberta (leia o segundo parágrafo de novo).
Você pode se aprofundar na pesquisar neste comunicado da Albert Einstein College of Medicine e no artigo sobre a descoberta publicado no período Cell (ambos em inglês).