Pesquisadores do Allen Institute for Brain Science, da University of Washington e do Washington Health Research Institute criaram um atlas celular de alta resolução que detalha a progressão da doença de Alzheimer, identificando neurônios específicos danificados ao longo do tempo.
Este atlas revela novos alvos potenciais para tratamentos, destacando as células vulneráveis afetadas pela doença.
Tradicionalmente, a pesquisa focou na redução das proteínas tóxicas tau e amiloides, mas o novo estudo oferece insights sobre as células específicas impactadas.
Analisando mais de 3,4 milhões de células de 84 doadores em diferentes estágios da doença, os cientistas usaram tecnologias avançadas para mapear a atividade gênica e a estrutura celular na região do córtex conhecida como giro temporal médio (MTG), crucial para a linguagem e a memória.
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Mais detalhes do estudo
- O estudo identificou duas fases da doença: uma fase inicial marcada por alterações inflamatórias em células de suporte e a perda de neurônios inibitórios expressando somatostatina, seguidas por uma fase avançada com uma perda neuronal mais extensa.
- Essa progressão sugere que a perda de neurônios pode desencadear um “efeito dominó” que afeta o equilíbrio entre excitação e inibição, contribuindo para o declínio cognitivo.
- Os pesquisadores argumentam que, além de focar em proteínas patológicas, o tratamento deve considerar a preservação de tipos celulares vulneráveis.
- Com essas descobertas, esperam desenvolver estratégias que não apenas ataquem as proteínas tóxicas, mas também protejam as células comprometidas, podendo prevenir a progressão da doença.
Os dados gerados pelo estudo estão disponíveis publicamente, contribuindo para a pesquisa colaborativa na área. As descobertas foram publicadas na Nature Neuroscience.