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Dono do estádio detona desapropriação e faz pedido a Ratinho Junior

O empresário João Destro, dono da empresa que arrematou o Pinheirão em 2012, detonou o anúncio de desapropriação da área, feito pelo Governo do Paraná na última quinta-feira (24).

Inicialmente, o governo estadual vai pagar R$ 64,9 milhões pelo terreno de 124 mil m² localizado no bairro Tarumã. Na sequência, o plano é investir, com participação da iniciativa privada, R$ 1 bilhão em um complexo com arena multiuso para 25 mil pessoas e um centro de eventos, além de hotéis, restaurantes e centros comerciais no entorno das principais obras do complexo.

Destro, que em setembro afirmou ao UmDois Esportes que a venda do terreno dependia de “uma boa conversa”, se mostrou surpreso com a desapropriação e reclamou não ter recebido nem sequer uma ligação do governador Ratinho Junior (PSD), já que seu grupo também tinha estudos para investimentos no local.

“Acho que o Ratinho foi muito infeliz na decisão dele, até porque não nos ouviu. E nós estamos com um mega projeto para investimento naquela área, projeto digno da cidade de Curitiba, sem um centavo de dinheiro público. Iniciativa privada, um misto de shopping com centro de eventos, tudo o que se possa imaginar. Inclusive, com aprovação dos órgãos públicos e do governo no estado no momento oportuno”, diz o empresário, em áudio que circula nas redes sociais, cuja veracidade foi confirmada pela reportagem.

“Agora, o governador pegar dinheiro público e investir nisso daí, acho que é um pouco prematuro e insensato, não é verdade? Quando existem tantas necessidades na segurança pública, nas estradas, na saúde pública, nas escolas, que é a função precípua do governo”, critica Destro.

Destro pede para Ratinho voltar atrás sobre o Pinheirão

Descontente com a desapropriação, cujo valor final pode ser contestado judicialmente, Destro acredita que faltou sensibilidade ao governador no caso, classificado por ele como “precipitado”.

“Porém, acreditamos que o governador Ratinho possa ter a humildade de voltar atrás”, diz fundador do Grupo Destro.

“Somos uma empresa genuinamente paranaense, estamos aqui há 62 anos, somos referência nacional, uma empresa que não depende de financiamentos e de dinheiro público menos ainda”, emenda.

“Agora, vai pegar um monte de dinheiro público e botar lá para que? Para fazer hotéis, shopping e o centro de eventos, mas tudo faríamos no nosso projeto, sem nenhum centavo de dinheiro do governo. Então é preciso que se esclareça isso. E, com certeza, teremos um final feliz. Esperamos que haja esse bom senso”, finaliza Destro.

Há 12 anos, o empresário desembolsou R$ 57,5 milhões pelo Pinheirão – compra que, na época, disse ter acontecido “por impulso”. No entanto, revelou à Gazeta do Povo que gastava outros R$ 6 milhões anuais com limpeza e segurança da área, além de impostos.

O valor a ser pago pelo governo para realizar a desapropriação, contudo, pode aumentar de acordo com avaliação da Justiça. Desde o leilão, a área teve valorização imobiliária mesmo com estádio abandonado há 17 anos.

Os trâmites judiciais podem, inclusive, atrasar o início das obra, incialmente prevista para começar nos últimos meses de 2025 ou início de 2026.

Pinheirão deve virar arena multiuso com centro de exposições

O projeto anunciado pelo governador Ratinho Junior prevê a extinção do Pinheirão e com investimentos que cheguem a R$ 1 bilhão.

O estádio já serviu como “casa” de AthleticoParaná Clube e seleção brasileira, além de ter abrigado jogos do Coritiba em diferentes épocas, mas vai se tornar um complexo com hotéis, restaurantes, centros comerciais para atender um centro de exposições e uma arena multiuso, com capacidade de 25 mil pessoas.

Segundo Guto Silva, porta-voz do governo estadual sobre o projeto, o desapropriação do estádio é uma estratégia no reposicionamento de Curitiba no cenário de grandes eventos. A cidade é cada vez mais reconhecida no turismo, mas ainda não tem capacidade para receber mais pessoas.

“Ainda carecemos de espaço adequado para receber grandes eventos. Curitiba, se for fazer um evento de grande porte, não tem ambiente e a rede de hotelaria tem dificuldades. Isso foi pensando, discutido e analisado e chegamos à conclusão do Estado do Paraná ter uma grande arena multiuso para poder recepcionar esses grandes eventos”, disse Guto.

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