A diabetes tipo 2 é uma condição crônica que interfere na forma como o corpo processa o açúcar, fazendo os níveis de glicose dispararem. Para ajudar a controlar esse aumento, algumas mudanças na alimentação são necessárias. Em um novo estudo, uma dieta baseada no jejum intermitente mostrou-se uma alternativa eficaz e fácil de seguir.
No estudo, os pesquisadores compararam a alimentação com restrição de tempo a uma dieta focada no tipo de alimento. A pesquisa envolveu 52 participantes, homens e mulheres entre 35 e 65 anos, todos em tratamento com até dois medicamentos orais para a condição.
Os resultados foram descritos na revista Diabetes Research and Clinical Practice.
Por volta do ano de 2015, a dieta com restrição de tempo, também conhecida como 16:8, se tornou popular entre aqueles que desejam emagrecer. Ela consiste em limitar o período em que se pode se alimentar durante o dia, geralmente restringindo a ingestão de alimentos a uma janela específica, como, por exemplo, entre 11h e 19h.
Mas, para além da perda de peso, essa pausa na ingestão contínua de alimentos pode ajudar a alinhar a alimentação com os ritmos circadianos naturais do corpo, o que pode regular o metabolismo e melhorar a saúde geral.
Especificamente para pessoas com diabetes tipo 2, essa dieta oferece benefícios específicos: como elas tendem a ter níveis de glicose mais altos pela manhã, atrasar o café da manhã até o meio da manhã permite que tenham tempo para realizar atividades físicas, ajudando a baixar a glicemia antes da primeira refeição.
Vale lembrar que, independente do objetivo, sempre conte com o apoio de um médico especializado para iniciar qualquer tipo de dieta.
Leia mais:
- Anteriormente, os pesquisadores estudaram a eficácia da dieta 16:8 para pessoas com diabetes tipo 2.
- Embora tenham tido resultados positivos, os participantes tiveram suporte especializado durante toda a dieta, então não se sabia se conseguiriam mantê-la sozinhos.
- Por isso, em um novo experimento, os voluntários foram divididos entre aqueles com dieta tradicional e acompanhamento, e outro com alimentação restrita, que receberam suporte inicial e depois continuaram sozinhos.
- No primeiro grupo, a dieta focou no tipo de alimento que poderia ajudar a controlar a glicemia, enquanto no segundo grupo o objetivo foi limitar a alimentação a um intervalo de nove horas, entre 10h e 19h.
- Depois de seis meses, os pesquisadores concluíram que ambas as opções eram eficazes. Medições ao longo do tempo mostraram níveis satisfatórios de glicose sanguínea.
- Além disso, os participantes que fizeram o jejum relataram que conseguiram se adaptar à nova alimentação mesmo após não terem mais apoio especializado.
Uma alternativa fácil de seguir
Durante o estudo, os diabéticos que experimentaram a alimentação com restrição de tempo começaram a buscar mais conselhos dietéticos, pois notaram a diferença em seu dia a dia. Grande parte citou o apoio familiar e disse gostar de realizar refeições mais cedo enquanto estavam todos reunidos. Em contraste, aqueles na dieta tradicional tiveram menor adesão ao plano.
A alimentação com restrição de tempo parece realmente uma alternativa mais simples, focada não em como comer, e sim em quando, o que facilita sua aplicação em diferentes culturas, sem exigir grandes mudanças nos alimentos consumidos.
Para muitos que não têm acesso a nutricionistas, essa estratégia se apresenta como uma opção eficiente. Mas, o pesquisador lembra em artigo publicado no The Conversation, que as pessoas devem continuar a seguir diretrizes alimentares saudáveis, incluindo vegetais, frutas, grãos integrais, carne magra e gorduras saudáveis em suas dietas.
Embora a restrição de tempo possa ser um bom ponto de partida, não é adequada para todos, especialmente para aqueles que usam medicamentos que não permitem jejum. Sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar qualquer dieta.