Até outubro de 2024, o Brasil já havia exportado 66.439 toneladas de carne bovina para a União Europeia:Brasil pode dobrar exportação de carne bovina com acordo Mercosul-UE, diz consultoria.
O mercado de carne bovina é um dos pilares do agronegócio brasileiro, que se destaca como um dos maiores fornecedores globais de produtos alimentícios. Segundo dados do Agrostat, até outubro de 2024, o Brasil exportou 66.439 toneladas de carne bovina para a União Europeia (UE). Este número reflete a crescente relevância do país no comércio global, mas especialistas apontam que o volume pode crescer consideravelmente com o avanço nas negociações do acordo Mercosul-União Europeia (UE).
O acordo, que tem sido debatido há mais de duas décadas, representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a presença do Brasil no mercado europeu. Segundo consultorias especializadas, a assinatura do tratado comercial pode dobrar as exportações brasileiras de carne bovina para os países-membros da UE, contribuindo para o crescimento da economia nacional.
Mercosul-UE: governo brasileiro espera assinatura de acordo até o fim de 2025
O governo brasileiro projeta que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia seja assinado até o final de 2025. Esta previsão está alinhada aos esforços diplomáticos e técnicos que têm sido conduzidos por ambas as partes. O pacto prevê a redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, facilitando o acesso de produtos brasileiros às prateleiras europeias.
Entre os setores beneficiados, o agronegócio é um dos principais. A carne bovina brasileira, reconhecida por sua alta qualidade, enfrenta desafios como tarifas de importação e cotas limitadas. Com a efetivação do acordo, estima-se que as tarifas sejam reduzidas em até 90%, abrindo caminho para um aumento significativo no volume exportado.
Impactos esperados no mercado de carne bovina
Atualmente, a União Europeia é um dos mercados mais exigentes do mundo em termos de regulações sanitárias e ambientais. Isso faz com que o Brasil invista constantemente em melhorias no setor de carne bovina, incluindo rastreabilidade e sustentabilidade. As empresas brasileiras já se adaptaram a essas normas rigorosas, o que posiciona o país como um fornecedor competitivo.
Com a eliminação das tarifas e a ampliação das cotas, especialistas estimam que o Brasil poderia exportar até 120 mil toneladas de carne bovina anualmente para a União Europeia. Este aumento não apenas beneficiaria grandes frigoríficos, mas também pequenos e médios produtores, que poderiam acessar nichos de mercado premium.
Desafios e oportunidades para o setor
Embora as perspectivas sejam promissoras, o setor enfrenta desafios que precisam ser superados para maximizar os benefícios do acordo Mercosul-UE. Entre os principais estão:
1. Sustentabilidade e mudanças climáticas
A pressão internacional para que o Brasil cumpra metas ambientais é uma realidade que não pode ser ignorada. Muitos países europeus exigem que os produtos importados estejam alinhados a práticas sustentáveis. O setor de carne bovina tem sido alvo de críticas relacionadas ao desmatamento da Amazônia e à emissão de gases de efeito estufa. Para conquistar a confiança dos consumidores europeus, o Brasil precisará reforçar suas iniciativas em sustentabilidade.
2. Barreiras não tarifárias
Além das tarifas, o mercado europeu impõe barreiras não tarifárias que envolvem requisitos sanitários e fitossanitários. Isso inclui a certificação de produtos, inspeções regulares e conformidade com padrões de bem-estar animal. Esses aspectos representam custos adicionais para os exportadores brasileiros, mas também oferecem a oportunidade de agregar valor à carne bovina nacional.
3. Logística e infraestrutura
Outro desafio significativo é a logística. Para atender ao aumento da demanda, o Brasil precisará investir em infraestrutura, incluindo portos e armazéns. Além disso, é crucial garantir que a cadeia de frios seja mantida, assegurando a qualidade do produto até seu destino final.
Oportunidades para o agronegócio brasileiro
Apesar dos desafios, as oportunidades superam as adversidades. O acordo Mercosul-UE pode transformar o agronegócio brasileiro, promovendo:
- Diversificação de mercados: A União Europeia é um mercado atrativo não apenas pelo tamanho, mas também pelo poder aquisitivo de seus consumidores.
- Inovação no setor: A busca por atender às exigências europeias pode impulsionar inovações tecnológicas e de processos.
- Fortalecimento da imagem do Brasil: Ser reconhecido como um fornecedor de carne bovina sustentável e de alta qualidade pode abrir portas para outros mercados internacionais.
Projeções para os próximos anos
Consultorias de mercado preveem que, com o acordo em vigor, a receita anual gerada pelas exportações de carne bovina para a União Europeia pode ultrapassar os US$ 2 bilhões. Além disso, estima-se que o impacto positivo seja sentido em toda a cadeia produtiva, desde os criadores de gado até os setores de transporte e comercialização.
Considerações finais
O acordo Mercosul-UE representa uma janela de oportunidade única para o Brasil consolidar sua posição como líder global na produção e exportação de carne bovina. Apesar dos desafios logísticos, regulatórios e ambientais, os benefícios potenciais superam os riscos, especialmente com o compromisso do setor em se adaptar às exigências internacionais.
A assinatura deste acordo será um marco histórico para o agronegócio brasileiro e pode redefinir o papel do país no comércio global. Para mais informações sobre os avanços do setor, acesse o governo.
