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Lucas Lucco tem transtorno bipolar; entenda condição que fez cantor anunciar pausa na carreira – Notícias

Lucas Lucco tem transtorno bipolar; entenda condição que fez cantor anunciar pausa na carreira - Notícias


O cantor Lucas Lucco anunciou na quinta-feira (7) que fará uma pausa na carreira para cuidar da saúde. O artista sofre de transtorno afetivo bipolar (TAB), ou apenas transtorno bipolar, condição que causa mudanças extremas de humor, que podem variar de períodos de euforia e hiperatividade a outros de depressão profunda.


Em carta publicada nas redes sociais, Lucco diz que foi forçado a adiar e até cancelar apresentações por conta do transtorno. “Tive inúmeras crises durante o ano, mas no dia 7 de novembro ficou muito intenso e, de lá para cá, eu fiquei sem sintomas somente durante três dias desses 30”, explicou.


Entenda abaixo a dificuldade do diagnóstico do TAB, os sintomas e possíveis tratamentos para a condição. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno bipolar atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo.



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Diagnóstico do transtorno bipolar


A bipolaridade é um transtorno de humor que se manifesta por fases, com duração que varia de dias a até meses. O paciente costuma alternar entre períodos depressivos, em que pode apresentar irritação e dificuldade de realizar tarefas, e períodos de mania, quando aparenta felicidade, euforia e demonstra comportamento impulsivo e desfocado.


“O problema é diferente da labilidade emocional [incapacidade de controlar as próprias emoções], que apresenta variações constantes de humor”, afirma a psiquiatra Débora Kinoshita, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.


“A pessoa ficar horas, ou mesmo dias, acordada; fazer compras compulsivas; ter compulsão por alimentação ou por prática sexual. Qualquer hábito ou comportamento que venha caracterizar exagero”, diz o psicólogo Denis Coelho.


Kinoshita diz que a bipolaridade é comum tanto em homens quanto em mulheres e tem prevalência entre os 20 e 45 anos. O transtorno é diagnosticado por um psiquiatra.


Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico de transtorno bipolar costuma ser difícil e pode demorar, em média, dez anos para ser estabelecido devido a “tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais envolvidos, desconhecimento sobre como a doença se manifesta, tanto por ser pouco conhecida quanto pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão, além de preconceito e autoestigmatização”.


A pasta indica que o histórico do indivíduo pode contribuir para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos sinalizam transtorno bipolar.


Tratamento do transtorno bipolar


O tratamento para pacientes com o transtorno bipolar envolve psicoterapia, medicamentos ou uma combinação dos dois métodos.


Por conta da dificuldade do diagnóstico do TAB em meio a outros tipos de depressão, não se tem noção precisa de quantos pacientes existem no Brasil com essa condição, embora o país esteja entre os que apresentam maiores índices de ansiedade e de esgotamento físico e mental no trabalho.


Além de medicamentos e psicoterapia, a pessoa deve incluir no tratamento mudanças no estilo de vida, como praticar exercícios físicos, ter dieta equilibrada e evitar o consumo de álcool e drogas.


“A bipolaridade não pode ser prevenida. Alguns hábitos podem ajudar a pessoa a controlar as manifestações, como não exercer cargos noturnos e ter uma boa noite de sono, não usar substâncias psicoativas, entender a doença e fazer com que os outros também a entendam. É bom que famosos mostrem que a bipolaridade é uma doença como outras, mas que sua manifestação não é por dores, e sim por comportamentos”, explica a Débora Kinoshita.


Qualidade de vida


Pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos verificou que pessoas diagnosticadas com transtorno bipolar têm expectativa de vida reduzida em até nove anos, comparadas com a população em geral.


Segundo revelou também o estudo, a taxa de suicídio entre indivíduos com transtorno bipolar é cerca de 20 vezes maior do que na população em geral.