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Fãs veem ‘pegadinha’ de Beyoncé com brasileiros após cantora divulgar novo filme; entenda

Fãs veem 'pegadinha' de Beyoncé com brasileiros após cantora divulgar novo filme; entenda

Brasileiros foram surpreendidos, na manhã desta terça-feira (19), por um vídeo publicado por Beyoncé em seus canais digitais. “Ok, vocês não precisam quebrar meu site. Mas eu disse a todos que a ‘Renaissance Tour’ não acabou”, afirmou ela, no tal post compartilhado por meio das redes sociais. Até que, na sequência do mesmo vídeo, a artista passou a listar uma série de países por onde não passou com seu mais recente trabalho, a começar pelo… Brasil.

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Ao fim do vídeo, a cantora americana deu então o seguinte recado: “Renaissance continua ao redor de todo o mundo. Num cinema perto de você”. Cai o pano. Pois é, o tal vídeo se trata de uma peça publicitária do filme que ela lançará no dia 21 de dezembro, com registros inéditos da turnê que passou pela América do Norte e pela Europa.

O vídeo não repercutiu positivamente entre brasileiros, que enxergaram a publicação como uma “pegadinha” sem graça, como muitos vem afirmando na internet. Num primeiro momento, ao ouvirem Beyoncé citar o nome do Brasil, muitos acreditaram que a cantora, enfim, anunciaria sua vinda ao país. Só que não…

“São são nem 9h da manhã e você fazendo a gente passar raiva, sabe?”, reclamou uma fã brasileira. “População brasileira aumentou o risco cardíaco depois dessa”, brincou outra seguidora. “Desumano isso, enganando o povo, Beyoncé”, escreveu outra pessoa, por meio dos comentários do Instagram. “É uma pegadinha, né?”, questionou outro internauta.

Beyoncé no Brasil: ainda há esperanças?

No último fim de semana, fãs brasileiros voltaram a levantar especulações acerca de uma possível vinda de Beyoncé ao Brasil. É que Yvette Noel-Schure, assessora da artista, esteve em Salvador, na Bahia — ao lado de Ivy McGregor, diretora de Beygood, fundação de caridade mantida pela cantora —, para participar de um evento realizado pela Central Única de Favela (CUFA).

Equipe de Beyoncé participa de ação junto à CUFA, no Brasil — Foto: Reprodução/Instagram

A ação social chamou a atenção do público. É que, nos últimos meses, Beyoncé anunciou que concederia bolsas de estudos para países e cidades que a receberiam em sua nova turnê. “Meu coração está cheio. Obrigado, Senhor, por esta oportunidade de conhecer o mundo. Estou profundamente apaixonado pelo Brasil. Amo o trabalho que a BeyGOOD está fazendo aqui e AMO cada uma das pessoas que conheci”, escreveu a assessora da artista, por meio do Instagram.

“Não importa onde eu vá, eu grito a mesma coisa: o maior recurso de um país são as pessoas”, concluiu Yvette, na mesma publicação. Ela não vinha ao país há cerca de dez anos.

Como será o filme de Beyoncé?

Próximo ao final do filme da turnê de seu novo documentário de concerto, “Renaissance: A Film by Beyoncé”, Beyoncé afirma que está cansada de estar sempre agradando as pessoas. Ela diz que, desde a infância, tem buscado o estrelato, mas agora que está no topo do mundo e próximo aos 40 anos, é hora de recalibrar.

— Não tenho mais nada a provar para ninguém neste ponto — ela diz.

Talvez por isso Beyoncé tenha decidido pular completamente o tapete vermelho na estreia de seu filme em Los Angeles, em novembro deste ano, deixando essa tarefa para uma lista estrelada de convidados que incluía Tyler Perry, Ava DuVernay, Lizzo e Issa Rae. Embora Beyoncé tenha feito uma aparição na estreia de “Taylor Swift: The Eras Tour” no dia 11 de outubro, ela entrou em sua própria estreia apenas depois de que as luzes foram apagadas e o filme estava a segundos de começar.

Ao contrário de Swift, que compartilha muito sobre sua vida e atualmente está em um relacionamento amplamente divulgado com o jogador do Kansas City Chiefs, Travis Kelce, Beyoncé é uma das superestrelas mais privadas. Ela praticamente não deu entrevistas ao longo da última década, e qualquer visão sobre sua vida ou trabalho geralmente precisa ser inferida a partir de breves declarações divulgadas nas redes sociais ou em seu site. “Renaissance: A Film by Beyoncé”, que narra a turnê mundial mais recente em apoio ao seu sétimo álbum de estúdio, oferece aos fãs algo novo para interpretar, abrindo um pouco a cortina de Beyoncé.

Beyoncé durante o show de abertura da turnê Renaissance — Foto: The New York Times
Beyoncé durante o show de abertura da turnê Renaissance — Foto: The New York Times

Aqui estão quatro conclusões da estreia do filme, que estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos e no dia 21 de dezembro no Brasil:

1. É mais do que apenas a gravação de um show

O filme da turnê de Taylor Swift, em nenhum momento, deixa o palco: era como se você tivesse o melhor lugar da turnê, e não incluía nenhum luxo nos bastidores.

Já “Renaissance” faz as coisas um pouco diferentes. Assim como o filme de Beyoncé “Homecoming”, que narra a montagem de sua performance no Coachella de 2018, o novo filme muitas vezes nos leva por trás das vigas de aço para ver como a monumental turnê foi montada.

— Estou animada para as pessoas verem o show — diz Beyoncé no filme. — mas estou realmente animada para que todos vejam o processo.

Esse processo é apresentado em partes enquanto vemos Beyoncé dando liderando em tudo, desde iluminação até decoração do cenário e orquestração, às vezes ficando frustrada porque suas observações não são ouvidas.

— Comunicar como uma mulher negra — ela diz. — é uma luta em tudo.

Ainda assim, as pessoas acabam se rendendo à vontade de Beyoncé mais cedo ou mais tarde, ela diz:

— Eventualmente, percebem que essa mulher não desistirá.

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Beyoncé também dedica segmentos nos bastidores à sua recuperação de uma lesão no joelho, uma visita à sua cidade natal em Houston e a seu falecido e estimado tio Johnny, cujo amor pela música house ajudou a inspirar os sucessos dançantes em “Renaissance”. E há muitas imagens de fãs também: o filme muitas vezes corta para imagens de membros da plateia em vários estados de espírito: estáticos, chorando ou em êxtase.

2. Apenas um pouco foi deixado de fora

Embora o prelúdio com baladas que abriu a lista de músicas do Renaissance de Beyoncé seja reduzido, quase todas as outras músicas da turnê estão incluídas no filme. Ela até encontrou espaço para “Thique” e “All Up in Your Mind”, uma dupla excluída de muitas paradas de sua turnê.

A única omissão gritante neste filme de duas horas e 48 minutos é um trecho nos bastidores que passa rápido demais: Beyoncé convoca uma reunião do Destiny’s Child em Houston que inclui não apenas Kelly Rowland e Michelle Williams, mas também duas das primeiras integrantes do grupo, LeToya Luckett e LaTavia Roberson, que foram controversamente afastadas.

— Foi como um novo nascimento para nós — diz Beyoncé em sua narração, embora só as vejamos juntas por um segundo e não ouçamos uma única coisa que discutiram. Eu teria assistido a mais três horas desse encontro sozinho!

3. Os clipes do Renaissance permanecem um mistério

O álbum “Renaissance” foi lançado em julho de 2022 sem nenhum tipo de acompanhamento de videoclipes, uma surpresa dada a recente série de álbuns visuais inovadores de Beyoncé: “Lemonade” e seu álbum homônimo de 2013. Um subsequente teaser para o primeiro álbum “Renaissance”, faixa “I’m That Girl” parecia prometer mais por vir, mas nada aconteceu.

Em uma parada da turnê em Louisville, Kentucky, um fã segurava um cartaz perguntando onde estavam os visuais do álbum, levando Beyoncé a dizer grandiosamente à multidão: “Vocês são os visuais.” (A multidão não gostou disso.) O filme “Renaissance” é espirituoso o suficiente para incluir aquele momento, mas, de outra forma, não há menção aos clipes ausentes, nem uma explicação do porquê de terem sido aparentemente descartados.

4. Blue Ivy lutou pelo seu lugar na turnê

Em grande parte, a turnê Renaissance evitou participações especiais de celebridades e aparições surpresa, preferindo manter o foco na própria Queen B. Grandes nomes se juntaram a Beyoncé no palco em apenas duas paradas da turnê: Houston, onde Megan Thee Stallion cantou “Savage”, e Los Angeles, onde Diana Ross e Kendrick Lamar participaram do show realizado no 42º aniversário de Beyoncé.

Essas aparições estão no filme, mas a convidada especial em que o filme está mais interessado é a filha de 11 anos de Beyoncé, Blue Ivy Carter, que muitas vezes participou como uma das dançarinas nas músicas “My Power” e “Black Parade”. Eu vi uma das primeiras aparições de Blue Ivy na turnê em maio deste ano em Londres, onde ela ainda estava se acostumando com sua coreografia, mas no final da turnê Renaissance , ela tinha tudo – os movimentos, a atitude – na ponta dos dedos.

Acontece que a performance de Blue Ivy deveria ser única, e mesmo isso exigiu alguma negociação.

— Ela me disse que estava pronta para se apresentar, e eu disse ‘não’ — diz Beyoncé no filme. Embora ela tenha finalmente cedido, Beyoncé ficou abalada quando Blue Ivy leu comentários nas redes sociais que criticavam seus movimentos no palco. Mas Beyoncé se emocionou quando viu que, ao invés de desistir, sua filha decidiu se esforçar e treinar ainda mais para os shows seguintes da turnê.

Blue Ivy também aparece em grande parte das imagens dos bastidores, oferecendo sua opinião muitas vezes sem rodeios sobre o design do palco, escolhas de músicas e muito mais. Em um filme em que todos os outros tratam Beyoncé como chefe ou deusa, Blue Ivy é uma presença divertidamente irreverente: afinal, para esta menina de 11 anos, Beyoncé é apenas uma mãe.