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Isabelle Nogueira, do BBB 24, é cunhã-poranga do Boi Garantido; saiba tudo sobre o Festival de Parintins

Isabelle Nogueira, do BBB 24, é cunhã-poranga do Boi Garantido; saiba tudo sobre o Festival de Parintins

Isabelle Nogueira, de 31 anos de idade, promoveu uma “trégua” entre os bois Garantido e Caprichoso e uniu as torcidas na votação para tirá-la do Puxadinho e colocá-la no BBB 24, conquistando mais de dois milhões de votos. A amazonense é destaque no Festival Folclórico de Parintins como cunhã-poranga do boi vermelho e branco. Entenda estes e outros termos da festa:

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O que é o Festival Folclórico de Parintins?

A festa popular simboliza uma disputa a céu aberto entre duas agremiações folclóricas, a do Boi Garantido (vermelho) e a do Boi Caprichoso (azul). O festival é realizado anualmente desde 1965 no município de Parintins, no interior do Amazonas, e é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O município também é chamado de “a ilha da fantasia” por conta do festival.

Quando e onde é realizado o festival?

Por decreto municipal, as apresentações começam na última sexta-feira de junho e vão até o domingo, sendo os três dias com diferentes espetáculos. O evento é realizado no Centro Cultural de Parintins, mais conhecido como Bumbódromo, tem capacidade para 35 mil espectadores. O espaço é dividido com metade da arquibancada em azul e a outra em vermelho. Enquanto uma torcida vibra com a apresentação de seu boi, a “contrária” fica quieta por horas.

Bumbódromo de Parintins — Foto: Youtube | TV A Crítica

Bumbódromo de Parintins — Foto: Youtube | TV A Crítica
Bumbódromo de Parintins — Foto: Youtube | TV A Crítica

Como assistir ao Festival Folclórico de Parintins?

O Festival Folclórico de Parintins é exibido ao vivo pela TV A Crítica, emissora independente pertencente à Rede Calderaro de Comunicação. É necessário atentar ao horário da transmissão, já que Parintins está a uma hora a menos de Brasília.

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Cunhã-poranga corresponde ao item 9 do festival. A figura interpretada por Isabelle Nogueira no Garantido desde 2018 representa a mulher indígena em sua força máxima, tida como a mais bela mulher de uma tribo, que lidera com garra e força.

Isabelle Nogueira — Foto: Reprodução/Instagram
Isabelle Nogueira — Foto: Reprodução/Instagram

Quem é a “contrária” de Isabelle Nogueira?

No festival, representantes, músicas e até os bois não são chamados de rivais, mais de “contrários”. A contrária de Isabelle Nogueira é Marciele Albuquerque, cunhã-poranga do Boi Caprichoso.

Marciele Albuquerque é cunhã-poranga do Boi Caprichoso — Foto: Reprodução/Instagram
Marciele Albuquerque é cunhã-poranga do Boi Caprichoso — Foto: Reprodução/Instagram

Qual boi é o maior campeão do Festival de Parintins?

Em 55 edições do festival, o Garantido foi campeão 32 vezes, enquanto o Caprichoso venceu 24. Em 2000, houve empate. O Boi Negro é o atual campeão.

O que são os “itens” do festival?

Embora seja comum fazer uma analogia com o Carnaval do Rio e de São Paulo, o Festival de Parintins possui detalhes peculiares. Algumas particularidades estão nos 21 itens apresentados durante a celebração, divididos em três blocos (comum/musical, cênico/cenográfico e artístico) e julgados por profissionais com afinidade com as áreas. Entenda cada um deles:

1 — Apresentador (individual): É o Mestre de Cerimônia. Precisa ter domínio de arena e de público, fluência verbal, impostação de voz, ótima dicção, alegria e atenção a tudo o que se passa dentro da arena.

2 — Levantador de toadas (individual): Toada é o mesmo que música, e o item marca o centro do espetáculo. Sua voz conduz o tema. Precisa ter afinação, dicção, timbre e técnica de canto.

3 — Batucada ou marujada (coletivo): É comparada à “bateria” das escolas de samba. Dá sustentação rítmica à apresentação. Serve de base ao espetáculo, fornecendo o ritmo das toadas. Deve ter cadência e harmonia.

4 — Ritual indígena (estrutura artística): Recriação de um ritual xamanístico, dentro do contexto folclórico; fundamentado através de pesquisa. Leva-se em conta a teatralização e os efeitos criados.

5 — Porta-estandarte (individual): Representa o símbolo do Boi em movimento. Ela deverá ter garra, desenvoltura, elegância, alegria, sincronia de movimentos entre o bailado e o estandarte.

6 — Amo do boi (individual): É o dono da fazenda. Precisa ter boa dicção, desenvoltura e elegância, desempenhar expressões cênicas e ser capaz de criar com qualidade poemas improvisados.

7 — Sinhazinha da fazenda (individual): É a filha do dono da fazenda. Precisa ter graça, desenvoltura, simplicidade, alegria, saudando o boi e do público.

8 — Rainha do folclore (individual): Item que representa a diversidade de valores expressados pela manifestação popular. São considerados graça, movimentos com desenvoltura, incorporação e indumentária.

9 — Cunhã poranga (individual): Representa a moça bonita, uma sacerdotisa, guerreira e guardiã. Expressa a força por meio da beleza. Deve possuir desenvoltura e incorporar a personagem.

10 — Boi-Bumbá — Evolução (individual): É o símbolo da manifestação popular, motivo do festival. Deve ter geometria idêntica, leveza, alegria, evolução, encenação, coreografia e movimentos de um boi real.

11 — Toada: letra e música (abstrato): Suporte literário e musical do festival. Avalia-se a melodia, a métrica, o conteúdo, a composição, a harmonia.

12 — Pajé (individual): É o curandeiro, xamã, sacerdote, ponto de equilíbrio das tribos. Precisa apresentar expressão corporal e facial, movimentos harmônicos, segurança e domínio do espaço cênico.

13 — Tribos indígenas (coletivo): Apresentação de um agrupamento nativo da Amazônia. Considera-se: sincronia de movimentos, fidelidade às raízes, cores, expressões cênicas, formas de dançar e movimentos originais.

14 — Tuxáuas (coletivo): Chefe supremo da tribo. Representação alegórica do imaginário indígena e caboclo da Amazônia. É necessário manter a fidelidade ao tema da noite, ser rico em detalhes nas confecções do capacete.

15 — Figura típica regional (artístico): Algum símbolo da cultura amazônica, que homenageie as raízes da terra.

16 — Alegoria (artístico): Estrutura artística que funciona como suporte e cenário para a apresentação. Considera-se acabamento, execução, funcionalidade, porte e estética.

17 — Lenda amazônica (artístico): Ficção que retrata o folclore de um povo. Imaginação, envolvimento e encenação são importantes neste item.

18 — Vaqueirada (coletivo): Guardiã do Boi. Deve apresentar tradição, sintonia e coreografia.

19 — Galera (coletivo): É a torcida, elemento de apoio ao espetáculo, dando estímulo à apresentação.

20 — Coreografia (coletivo): Os movimentos de dança apresentados durante todo o espetáculo. Avalia-se dinâmica, movimentos, ritmo e sincronia.

21 — Organização e conjunto folclórico (apoteose): Reunião de itens individuais, artísticos e coletivos embasados no conteúdo do espetáculo, e dispostos organizadamente na arena de apresentação.