Pular para o conteúdo

Luis Phelipe dribla desconfiana, ressurge na Europa e sonha com a Champions :: ogol.com.br

Luis Phelipe dribla desconfiana, ressurge na Europa e sonha com a Champions :: ogol.com.br

O início precoce, a pressão de um clube formador, as idas e vindas no futebol europeu. Alguns jogadores precisam driblar mais do que apenas adversários duros para conseguir deslanchar. O jovem Luis Phelipe deixou para trás as desconfianças e protagonizou um recomeço na carreira. Em entrevista a reportagem de oGol, o brasileiro, cria do projeto da Red Bull no futebol, contou sobre o começo difícil e a nova oportunidade na Romênia.

Aos 23 anos, o atacante já construiu um currículo extenso com três passagens pela Europa e cinco clubes defendidos no Brasil. Agora, em espécie de recomeço na carreira, Luis Phelipe aproveitou as primeiras experiências para triunfar no Velho Continente.

Cria do Red Bull, o promissor ponta fez parte do processo de fusão do Red Bull Brasil para o Bragantino. Nas categorias de base do clube, Phelipe sentiu a evolução do projeto e usufruiu das oportunidades.

“Com a mudança, as condições de trabalho melhoraram bastante. O investimento feito foi também em estrutura e isso fez com que o clube ficasse cada vez mais competitivo”, relatou.

Conhecido pelo seu DNA formador em todo o mundo, o clube oferece condições aos atletas visando sua evolução dentro e fora de campo. Luiz Phelipe relembra que desde os 15 anos frequentou aulas de língua inglesa disponibilizadas para as categorias de base.

A ligação entre os clubes da empresa de bebidas energéticas também foi um facilitador na carreira do prodígio, que ganhou cedo uma oportunidade na Europa. Aos 19, Phelipe rumou para a Áustria, onde atuou pelo time de base do RB Salzburg e por empréstimo ao Liefering.

“De uma forma quase que forçada tive que amadurecer mais rápido e focar demais na minha profissão. Passei pelas dificuldades esperadas por um jogador nessa situação, questão de idioma e alimentação, mas consegui ter uma boa adaptação e seguir em frente buscando minha evolução como jogador”, relembrou.

Na Áustria, o atacante permaneceu por toda a temporada 2019/20, totalizando 24 jogos entre participações na segunda divisão local e a UEFA Youth League, contribuindo com seis gols e quatro assistências.

“Foi um pouco difícil a adaptação devido ao estilo de jogo. Na Europa, se joga com muita força física e resistência, tendo que correr o tempo todo e se não tiver bem fisicamente você não consegue jogar. Pra mim foi difícil porque no Brasil eu usava muito o meu drible e na Europa quando você faz um drible já tem outro marcador em cima”, avaliou o jogador.

“Também foi difícil me acostumar com o frio, com as pessoas austríacas e alemãs. Eles são muito frios e eu sou um cara muito alegre. Por onde eu chego estou sempre sorrindo e isso incomodava bastante as pessoas europeias. Esse foi um obstáculo que enfrentei”, completou.

Retorno ao Brasil e fim do vínculo 

Apesar do desejo de permanecer na Europa, Luis Phelipe precisou voltar ao Brasil para atuar novamente no Bragantino. Desta vez emprestado pelo Salzburg, o atacante reestreou pelo clube marcando o gol da vitória sobre o Fluminense pelo Brasileirão, mas não conseguiu manter a sequência e perdeu espaço outra vez.

Sem deslanchar no Massa Bruta, o jogador recebeu nova chance no futebol europeu, desta vez para atuar no FC Lugano, da Suíça. Sob o comando de Abel Braga, o brasileiro fez apenas cinco jogos antes de encerrar sua rápida passagem pela equipe.

A experiência acabou também marcando o fim do vínculo entre o atleta e o Red Bull Salzburg, encerrando o contrato que seria válido até esta temporada. Luiz Phelipe conta que a decisão se deu em comum acordo e que não guarda arrependimentos nos anos vinculados ao clube.

“No Salzburg foi uma época muito difícil pra mim, se tivesse um pouco mais de maturidade eu conseguiria jogar lá, ter mais minutos, mas eu era muito jovem. Não tenho nenhum arrependimento, tudo o que aconteceu serviu para hoje eu estar mais mais forte e preparado” comentou.

Contratado em 2022 pelo Atlético Goianiense, o atacante rodou por quatro clubes em duas temporadas no futebol brasileiro, sem conseguir conquistar a desejada sequência de partidas. Contabilizando as passagens por Náutico, Botafogo, Paysandu e o Dragão, Phelipe entrou em campo em 26 jogos e anotou um gol.

“Existem situações no futebol que fogem um pouco do planejamento pessoal do atleta, claro que eu queria ter tido um pouco mais de oportunidades, mas tenho certeza que as que eu tive eu aproveitei bem. Não me prendo muito a isso, vivo muito o presente e é nele o meu total foco”, declarou o jovem.

Recomeço na carreira e nova oportunidade na Europa

Decepcionado pela passagem frustrada no futebol brasileiro e precisando enfrentar a própria desconfiança, Luis Phelipe ganhou uma nova chance na Europa e aproveitou a experiência conquistada nas duas primeiras passagens para não deixar a nova oportunidade escapar.

“Eu vim pra Romênia no momento mais difícil da minha carreira, onde eu não acreditava mais. Mas depois de ir muito bem no Iasi, eu acreditei que sim, tudo podia mudar, foi quando surgiu a oportunidade de vir pro Steaua” revelou.

Contratado pelo Politehnica Iasi, o atacante desembarcou na Romênia e encontrou a sequência que precisava para deslanchar na carreira. O brasileiro precisou de dois jogos saindo do banco de reservas para conquistar a titularidade e nunca mais deixá-la. Com três gols marcados e três assistências em 19 jogos, Phelipe chamou a atenção do Steaua Bucareste, maior vencedor nacional, e recebeu uma “promoção” na carreira.

“Sem dúvidas esses seis meses no Iasi foi a minha melhor temporada no futebol europeu e espero continuar a fazer um excelente trabalho e, se Deus quiser, no final ser campeão e poder ir para a Champions League”, contou entusiasmado após a chegada no novo clube.

Titular nos dois jogos iniciais na nova casa, o jovem sonha alto com a camisa do Steaua. Depois de disputar a UEFA Youth League, Luis Phelipe agora mira na competição principal do futebol europeu. Líder disparado na Liga Romena, a equipe precisa faturar o 27° título e encerrar o jejum de oito temporadas, para voltar à Liga dos Campeões.

“Quero ser campeão, fazer o máximo de jogos possíveis, jogar bem e manter, até melhor ainda do que eu fiz no Iasi. Desejo chegar no playoff da Champions e quem sabe conseguir uma classificação para a chave de grupos”, contou Luis Phelipe.