Treinando no Coritiba há mais de um mês, em horários alternativos, Alef Manga já está há mais de 180 dias sem jogar uma partida de futebol. Desde o retorno a Curitiba, em outubro, o atleta tem focado em se preparar fisicamente para vestir a camisa coxa-branca.
Suspenso do futebol por 360 dias por manipulação de resultados, Manga chegou a contratar consultorias particulares para treinar a parte física e tática enquanto aguardava uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sobre seu retorno ao futebol.
No início de março, ele foi liberado para treinar no CT do Coxa, em horários opostoso ao elenco principal. O UmDois Esportes conversou com o educador físico Rodrigo Cruz, um dos profissionais responsáveis pelo preparo de Manga depois que ele voltou do Chipre, onde jogou emprestado ao Pafos.
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Cruz treinou o atacante entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano. Segundo ele, o atleta estava focado em retornar aos campos durante o Campeonato Paranaense, já que havia expectativa que o STJD o liberasse em fevereiro, o que não aconteceu.
“Ele está bem focado. Eu não o conhecia pessoalmente. Quem vê de fora tem uma visão, e quando você começa a trabalhar com ele, tem outra. Extremamente profissional, muito dedicado, estava comprometido em retornar”, lembra o treinador.
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“Sempre falava em voltar em alto nível, trabalhando para voltar entre os melhores, agregar ao grupo [do Coxa]. Na época, a ideia ainda era retornar no Estadual. Ele falava muito em voltar a jogar Atletiba, em Coritiba ser campeão, jogar Série B e subir o clube”, diz.
Coritiba: recepção a Alef Manga
Na escola de futebol Top Sports, onde Cruz atua, Manga treinava em dois turnos, todos os dias da semana. Segundo o educador, era comum que crianças reconhecessem o atleta e fossem abordá-lo.
“No tempo em que ele treinou aqui muita criança e pais vinham pedir autógrafo e tirar foto. Ele recebeu esse carinho, esse aconchego. Ele não sabia como seria recebido e tinha esse ponto de interrogação. Mas foi bem legal esse tempo que esteve aqui”, afirmou o treinador.
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Depois, Manga passou a treinar de forma particular com o preparador físico do Coritiba, Valdir Júnior, em um estúdio. Júnior repassava os melhores tipos de treino para Cruz, complementando o trabalho.
“Ele voltou abaixo da forma física [do Chipre]. Mas [depois do trabalho], ele já estava preparado para voltar. Ele só não ia ter o tempo de jogo, mas fisicamente estava muito bem”, explicou o educador.
Preparo de Alef Manga para retorno ao Coritiba
O preparador físico Robson Gomes, que tem passagens pela dupla Atletiba, contou ao UmDois Esportes que já passou por uma situação parecida à de Manga com o atacante Walter, ex-Athletico.
Quando trabalhava no Goiás, Gomes fez trabalhos em separado com o jogador, que cumpria uma suspensão por dopping.
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“Eu era um personal dele. Treinávamos sem uniforme, em local separado. Ele se dedicou de maneira integral, mas a nossa preocupação era com o retorno. Enquanto ele não tinha nenhum jogo, outros atletas já tinham em torno de 20 a 30 no anos”, lembra.
“A preocupação também era de prevenção de lesão, porque é muito tempo sem jogo. O treino tem uma equivalência, mas não se compara. Por mais que você tenha mecanismos de controle. Provavelmente essa é a preocupação maior com o Alef”, explica o profissional.
Se a punição for levada até o fim, Manga pode completar cerca de 270 dias sem jogar. Para Gomes, além do preparo individual, um bom retorno do atacante ao clube também depende de atividades com o elenco.
“Tem que ter um equilibrio grande para o retorno dele ser paulatino, mas que ele possa ser reintegrado mais rápido possível. E é preciso criar mecanismos de jogos-treinos e amistosos, quando ele puder, para que esteja o mais próximos dos demais o possível”, afirma.
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Volta de Alef Manga e momento do Coritiba
A punição de Alef Manga completa 360 dias na segunda quinzena de julho. Se não for antecipado, como tentam os advogados do jogador, o retorno o Couto Pereira deve acontecer já no fim do primeiro turno da Série B.
De acordo com Gomes, se o Coxa estiver em um bom momento, o retorno e a adaptação de Manga podem ser facilitados.
“Eu acho que a expectativa tem que ser a melhor possível. Torcer para que o Coritiba esteja o mais próximo do G4 para facilitar o retorno dele”, opina o profissional.
“Ele tem que ter o entendimento de que o julgamento criou um pé atrás, porque o torcedor do Coxa é exigente e sabe da qualidade dele. Mas precisa dele por completo, lado pessoal e profissional equilibrado para que ele jogue o maior número de jogos possível”, completa.
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