A onda de calor e o verão vem elevando as vendas de ar-condicionado e a busca por manutenção. Mas muita agente ainda tem dúvidas sobre qual o melhor modelo para comprar, em termos de preço, instalação elétrica ou economia de energia: ar-condicionado inverter, portátil ou de janela? Tire as principais dúvidas abaixo.
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Custo do aparelho x economia a longo prazo
De acordo com Ronaldo Almeida, porta-voz da Light, o primeiro passo na escolha de um aparelho de ar-condicionado é verificar o selo de eficiência energética.
— Quanto mais próximo do A, melhor para a eficiência energética. Geralmente o selo A é um pouco mais caro, por ter mais tecnologia embarcada, mas acaba economizando mais energia — explica.
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O especialista diz que o consumidor deve comparar o custo do aparelho com a economia de energia a longo prazo. Em média, considerando uma casa com quatro pessoas e dois quartos, o ar-condicionado representa 50% do consumo de energia no mês, se usado oito horas ao dia.
— Por mais que modelos como o split envolvam um custo inicial maior, com o tempo você percebe uma economia maior no consumo de energia — comenta.
Ar-condicionado portátil
Muito criticados por não serem tão eficientes em abaixar a temperatura do ambiente, os aparelhos de ar-condicionado portáteis podem valer a pena por serem de fácil instalação. O modelo já é preparado para ser ligado normalmente na tomada, mas Almeida explica que é necessário garantir que o disjuntor ao qual a tomada está ligada suporte o ar-condicionado e os outros equipamentos ligados ao circuito, pra não gerar sobrecarga e riscos para o local.
— Antigamente, os aparelhos portáteis não tinham uma boa performance, não gelavam tanto e faziam muito barulho. Mas hoje você encontra aparelhos portáteis muito bons, que custam um valor um pouco maior, mas você economiza na obra estrutural que teria que fazer em casa, além do fato de conseguir carregar ele para vários cômodos — pondera.
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- Qual é o preço do ar-condicionado portátil?
Esse modelo possui os preços mais altos em comparação com os outros, variando entre R$ 1.800 e R$ 2.900.
Conhecido como um aparelho mais econômico e silencioso, o split tem duas partes separadas, uma que fica dentro de casa (o evaporador) e outra fora (condensador). Ainda que seja muito procurado, esse modelo demanda gasto maior com instalação, além de custar mais que outras opções.
- E o preço do ar-condicionado Split?
O split custa entre R$ 1.400 e R$ 2.400, variando de acordo com a potência. Os aparelhos de 9.000 BTUs, por exemplo, são mais baratos que os de 20.000 BTUs. Os modelos com a tecnologia inverter são os mais caros. Os preços também podem mudar de acordo com a marca e com a classificação Procel (selo de eficiência energética).
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Em termos de economia de energia, Almeida explica que o split é o mais eficiente, especialmente se for um modelo com a tecnologia inverter, que pode economizar até 60% de energia. Por isso, ele recomenda comprar modelos mais novos, mesmo sendo um pouco mais caros.
— Supondo que você tenha um ar de janela de 10.000 BTUs e o utiliza por 30 dias no mês, 8 horas por dia, seu gasto na conta de luz será de mais ou menos R$ 100. Em um modelo inverter novo, a redução de consumo pode ser de 60% a 70%. Considerando que um ar-condicionado split inverter de 9.000 btus custa entre R$ 1.500 e R$ 2.000, com a economia de 70%, esse valor estaria pago em 21 meses. Ou seja, em 21 meses o valor que você pagou pelo ar estaria devolvido em forma de economia de energia — afirma, mas sem considerar no cálculo o valor da instalação.
- Como é a instalação do ar-condicionado Split?
A instalação de um modelo split requer um técnico e custa entre R$ 600 e R$ 1.000. Almeida acrescenta que algumas casas ou apartamentos mais antigos têm uma estrutura que pode necessitar de obras, ou até impossibilitar o uso desse tipo de aparelho.
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— Se você morar em apartamento alugado e fizer uma obra para colocar o split, pode ser que o locador não queira o buraco e exija uma obra para tampar, quando você sair do local — explica.
Ar-condicionado de janela
O modelo mais tradicional, que pode ser instalado em janelas ou cavidades na parede, ainda é uma opção melhor em muitos casos.
Qual é o preço do ar-condicionado de janela?
Varia entre R$ 1.200 e R$ 1.800, sendo que os mais baratos costumam ter a potência de 7.500 BTUs, enquanto os mais caros têm 10.000 BTUs.
Como é a instalação do ar-condicionado de janela?
A instalação é um ponto em que o ar de janela pode ser mais econômico, caso a residência já tenha uma cavidade na parede para o aparelho. Em alguns casos, quando não há o buraco, uma parte da janela fica separada com uma armação específica pra segurar o ar-condicionado.
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— Quando a gente fala sobre ar-condicionado de janela, também é importante, em alguns casos, fazer um circuito com um disjuntor específico para o modelo. Assim, caso aconteça uma sobrecarga, o disjuntor vai trabalhar isolando o problema dentro do aparelho, impedindo acidentes como choques e até incêndios — acrescenta Almeida.
O modelo de janela, que geralmente possui tecnologia mais antigas, acaba consumindo mais energia, de forma que a longo prazo a economia no preço e na instalação pode não valer a pena.
Almeida explica que o cálculo da potência em BTUs é uma etapa fundamental na hora da compra do ar-condicionado. Leva em conta as medidas em metros quadrados do cômodo onde o aparelho vai ser colocado, além da quantidade de janelas e incidência ou não do sol.
Para cada metro quadrado são necessários cerca de 600 BTUs (em locais sem a incidência de raios solares) ou 800 BTUs (caso bata sol no local). Além disso, deve-se somar 600 ou 800 BTUs para cada pessoa no ambiente e mais 600 ou 800 BTUs para cada aparelho que irradia calor (freezer, fogão, televisão, etc).
Como economizar energia na onda de calor?
As altas temperaturas trazidas pela onde de calor — decorrente do aquecimento global e de fenômenos como o El Niño — interferem diretamente no consumo de energia elétrica e consequentemente aumentam o valor da conta de luz dos consumidores.
O consumo de energia elétrica está diretamente relacionado com a quantidade de tempo em que o cliente utiliza aparelhos elétricos com determinadas potências. Por exemplo, um ar condicionado que fica ligado por 10 horas ao dia, durante 20 dias, gasta em média 116,8 kWh ao mês, de acordo com dados da Light.
Alessandra Amaral, economista especialista em energia e consultora do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ (GESEL), explica que o ar-condicionado é um dos aparelhos eletrodomésticos que mais consomem energia, junto com o chuveiro elétrico, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
— O número de ares-condicionados instalados em domicílios no Brasil aumentou de 16% para 22%, com um crescimento de 37,5% entre 2005 e 2019. No Rio de Janeiro, a penetração é ainda maior, superior a 50%, pelas temperaturas mais elevadas, os hábitos de consumo e a renda da população local. O ar-condicionado é um dos maiores agressores da conta de luz, então é importante pensar o seu uso para a economia de energia — destaca ela.
Dicas para uso do ar-condicionado:
- Mantenha o filtro sempre limpo e o termostato regulado;
- Mantenha portas e janelas bem fechadas;
- Feche as cortinas pra não ter incidência de sol dentro do ambiente;
- Proteja da exposição ao sol a parte externa do ar-condicionado;
- Não bloqueie a grade de ventilação do aparelho;
- Instale o aparelho sempre no alto, já que a tendência é o ar quente subir e o ar frio descer;
- Não use em temperatura muito baixa, mantendo sempre entre 20º e 24º;
- Opte por aparelhos mais novos, com tecnologias como timer e estabilização de temperatura;
- Ao sair do ambiente, desligue o aparelho.
Além disso, também é importante identificar outros aparelhos que consomem muita energia dentro de casa, como chuveiro elétrico, ferro de passar roupas, micro-ondas, televisão, air fryer, cafeteira e geladeira. A recomendação é, sempre que possível, deixar as tomadas desligadas, porque os aparelhos continuam consumindo energia, que pode ser pouco, mas faz diferença a longo prazo.
*Estagiária sob supervisão de Danielle Nogueira.