Existe uma bactéria marinha que poderia muito bem pertencer à franquia Piratas do Caribe! Como uma equipe de pesquisadores descobriu recentemente, a espécie Aureispira possui dois mecanismos até então inexplorados: um gancho molecular e um canhão de mola, armas usadas para capturar e matar outras células – como a bactéria Vibrio.
Entenda:
- Uma bactéria marinha “pirata” usa ganchos e canhões para atacar e matar presas;
- As armas da Aureispira eram inexploradas até então, e a bactéria só se torna predatória com a escassez de nutrientes em seu ambiente;
- Quando entra em contato com suas vítimas, a bactéria libera ganchos para prendê-las e, então, perfura suas membranas com os canhões para se alimentar de seus componentes celulares;
- Graças aos mecanismos, a Aureispira poderia ser usada não apenas para combater a propagação em massa de outras bactérias marinhas, mas também para levar medicamentos a células do corpo humano.
As “armas” da bactéria pirata foram descritas em um novo estudo publicado na revista Science e conduzido por pesquisadores da ETH Zurique, na Suíça. A equipe ainda explica que a Aureispira só se torna predatória diante da escassez de nutrientes em seu ambiente – caso contrário, a bactéria se contenta em apenas capturar as presas.
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Bactéria “pirata” pode apoiar a medicina
Os cientistas explicam que, ao entrar em contato com as vítimas, a bactéria marinha libera seus ganchos para impedir que escapem e depois dispara os canhões para perfurar sua membrana e absorver seus componentes celulares. “Toda a cena se assemelha a um ataque pirata”, diz Martin Pilhofer, líder do estudo, em comunicado.
Foram usadas técnicas de imagem – como a microscopia crioeletrônica (Cryo-EM) – para analisar a aparência e o funcionamento do arsenal da Aureispira. Ainda, com uma versão aprimorada da técnica, seria possível também determinar a estrutura molecular das proteínas que compõem os canhões e ganchos.
A equipe explica que, além de combater a propagação em massa de bactérias como a Vibrio, a Aureispira pode ser aplicada à medicina, carregando seus dardos com medicamentos injetáveis em células individuais do corpo humano através de uma máquina molecular.