Os ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro general Walter Braga Netto e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno ficaram em silêncio em depoimento prestado à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira. Eles passaram cerca de uma hora no prédio da Superintendência, em Brasília, e saíram por volta de 15h15. O ex-presidente Bolsonaro e outras 22 pessoas, incluindo ex-ministros e militares, também compareceram às oitivas convocadas no âmbito de uma investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.
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A defesa de Braga Netto disse que ele “exerceu o direito de ter acesso absoluto e integral a toda investigação para que possa prestar os devidos esclarecimentos”.
O general da reserva Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa, também ficou em silêncio, segundo a defesa. “O general Paulo Sérgio ficou em silêncio hoje; mas tão logo tivermos o devido acesso aos autos ele estará à disposição para eventuais esclarecimentos”, escreveu o advogado Andrew Fernandes.
Outro general que não respondeu às perguntas da PF foi o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes.
Ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier também optou pelo direito ao silêncio. O advogado dele, Demóstenes Torres, explicou que a defesa “não teve tempo hábil” para conhecer os autos do processo – cerca de 4 mil páginas.
A mesma alegação foi dada pela defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira Júnior. O advogado Lisandro Sampaio afirmou que ainda não teve acesso à integralidade dos autos e que o militar “poderá falar” quando isso acontecer. O defensor pediu acesso ao conteúdo das provas levantadas pela PF.
Bolsonaro presta depoimento à PF em inquérito sobre tentativa de golpe esta quinta (22)
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Os depoentes de hoje foram alvos de mandados de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A investigação se baseia em partes na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Bolsonaro.