O Exército Brasileiro buscava a compra de 36 unidades de um modelo de blindado israelense voltado à artilharia pesada, mas questões diplomáticas atrapalharam a negociação (entenda no fim desta reportagem).
Conforme o UOL, o modelo escolhido em licitação é o Atmos, da Elbit Systems, visando modernizar a frota mecanizada. O investimento total seria de R$ 1 bilhão. O Exército informou, em nota, que ele foi escolhido por ter capacidades superiores.
Como é o obuseiro, poderoso blindado desejado pelo Exército brasileiro
- O blindado é conhecido como obuseiro;
- O obuseiro é montado em um caminhão e é projetado para ter alta mobilidade e capacidade ofensiva;
- O calibre do projétil é de 155 mm, enquanto o comprimento do cano tem 52 calibres. O cano do Atmos, por sua vez, tem cerca de 8,06 m;
- Isso significa que o projétil seja impulsionado por mais tempo, alcançando distâncias superiores 40 km e usa munição do tipo Extended Range Full Bore – Base Bleed (ERFB-BB);
- Essa munição tem alcance e precisão do disparo. Ele tem formato aerodinâmico otimizado e viaja a distância maiores, além de ter tecnologia que reduz o arrasto aerodinâmico por meio da liberação de gases na parte traseira.
O sistema é modular, podendo ser montado em caminhões táticos 6×6, ou 8×8. O blindado pode se adaptar a vários terrenos e condições operacionais. Sua cabine é protegida e acomoda até seis pessoas, além de possuir sistemas de navegação, comunicação e controle avançados, garantindo precisão e eficiência, segundo a fabricante.
Sua grande característica é a capacidade de atirar e correr, ou shoot-and-scoot, em inglês. O recurso permite rápido posicionamento, disparo e deslocamento do blindado, de modo a evitar contra-ataques e sobreviver por mais tempo no campo de batalha.
O Atmos possui, ainda, sistema de carregamento automático de munição, auxiliando os tripulantes nos quesitos eficiência e esforço, obtendo taxa de fogo sustentada.
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O Exército Brasileiro estava negociando a compra do blindado israelense, contudo, uma questão diplomática travou a negociação, que inclui, ainda, a construção de uma fábrica da Elbit Systems no Brasil para produzir localmente os blindados, podendo, ainda, gerar empregos e fortalecer a indústria e a economia brasileiras.
No caso, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persona non grata após Lula comparar a situação dos palestinos na guerra contra o Hamas ao Holocausto.
A situação fez com que o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, usasse a crítica de Netanyahu como argumento para barrar as negociações, que estão travadas desde abril. Isso deixou o Exército descontente.
O ministro da Defesa, José Múcio, entrou em cena e está tentando convencer Lula a retomar as negociações. Segundo o UOL, o ministério e o Exército entendem que o assunto compete ao Estado, e não a Amorim.
O assessor especial da presidência entende que não faz sentido negociar com quem distrata o Chefe de Estado. Já Exército e Defesa compreendem que o Brasil mantém as relações diplomáticas com Israel, mesmo com Netanyahu destratando Lula.