A BYD entrou no mercado de veículos no Brasil em 2022. Na verdade, se formos considerar os ônibus elétricos, a greentech chinesa chegou por aqui em 2015, com a inauguração de uma fábrica em Campinas (SP). Dois anos depois, abriu uma segunda fábrica, na mesma cidade, com o foco na produção de módulos fotovoltaicos.
Mas, para boa parte do público, a montadora se apresentou para valer em junho do ano passado. Com o lançamento do Dolphin, a marca colocou o mercado de elétricos no Brasil em um novo patamar. Inclusive, muitas rivais tiveram que baixar preços para competir com a então novidade, que custa desde o anúncio R$ 149,800.
Todo esse fôlego foi renovado com o Dolphin Mini, no final de fevereiro. Em abril, por exemplo, o compacto foi o eletrificado mais vendido no país, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Com esse cenário positivo, a promessa é de que, até o fim do ano, uma aposta da BYD seja confirmada pensando no mercado brasileiro.
Leia mais:
O ‘segredo’
O Olhar Digital foi convidado pela BYD para o lançamento da Shark, picape híbrida da montadora. Durante entrevista coletiva, a vice-presidente global da BYD, além de CEO da greentech nas Américas, Stella Li, confirmou que o Brasil deve receber o primeiro motor híbrido flex da empresa. E a novidade deve ser anunciada até o fim do ano.
Nosso segredo, neste momento, é trabalhar no híbrido flex. Devemos apresentar algo no fim do ano. O problema do etanol é que a eficiência não é alta. É importante ter equilíbrio entre combustão e elétrico para dar mais autonomia. Em encontro com (o presidente) Lula, ficou claro que o motor DM-i (que equipa o Song Plus por aqui) pode ser o grande impulsionador para a indústria do etanol no Brasil.
Stella Li
A executiva foi além, e antecipou qual é o modelo favorito para estrear o novo motor: “Estamos trabalhando no motor híbrido. O primeiro carro que teria seria o Song Plus”.
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, o Song Plus foi o híbrido mais vendido no Brasil em abril, com 1.699 emplacamentos. Foram mais vendas, inclusive, do que o Dolphin (1.618).
Os planos para o Brasil
Além da Shark, que chega no terceiro trimestre, a BYD deve anunciar mais três modelos para o Brasil até 2025: Song Pro (SUV médio e híbrido), King (sedã médio e híbrido, que vai rivalizar com o Corolla) e o Leopard 5 (SUV aventureiro da Fangchengbao, submarca da BYD).
A picape estaria entre as prioridades para ser produzida por aqui. Mas, segundo Stella Li, isso vai depender do mercado. Por enquanto, serão nacionalizadas as produções do próprio Song Plus, do Dolphin, Dolphin Mini e Yuan Plus. Ao todo, a montadora pensa em ter 12 modelos na Bahia.
A fábrica de Camaçari, aliás, deve começar a operar entre o fim de 2024 e o começo de 2025, com capacidade instalada próxima dos 150 mil veículos por ano durante a primeira fase de implantação. As obras começaram em março deste ano.
Ainda de acordo com Stella Li, um centro de pesquisa e desenvolvimento no Estado deve ser apresentado até o fim do ano.
Em entrevista ao Olhar Digital, Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD do Brasil, destacou o mercado nacional:
A BYD enxerga o Brasil como seu mercado mais importante fora da China. Comprou uma fábrica na Bahia, em Camaçari, investindo mais de R$ 5,5 bilhões. Vai gerar milhares de empregos para produzir no Brasil seus modelos híbridos e 100% elétricos.
Alexandre Baldy
Submarcas da BYD no país
A BYD é proprietária de três submarcas: Denza, YangWang e FangChengBao. A vice-presidente global da BYD afirmou que estuda trazer todas para o Brasil, sob o guarda-chuva da Denza.
Jornalista viajou para o lançamento da picape Shark, na cidade do México, a convite da BYD