De acordo com dados atualizados pelo Ministério da Saúde na terça-feira (14), o Brasil já contabiliza 5.102 casos da febre Oropouche, doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus. Conforme análise, apesar do foco na região central do país, principalmente no Amazonas, a pasta observou um avanço para outros estados, como Bahia, Rio de Janeiro e Santa Catarina, que seguem com casos em investigação.
O que você precisa saber:
- Segundo divulgado pela Agência Brasil, dos mais de 5 mil casos, 2.947 estão no Amazonas — até março, eram 1.674 diagnósticos com confirmação laboratorial;
- 1.528 estão em Rondônia;
- O restante, 627, segue em investigação na Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná;
- A maioria dos casos de febre Oropouche no país foi diagnosticada em pessoas com idade entre 20 e 29 anos. As demais faixas etárias mais afetadas pela doença são 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 10 a 19 anos;
- O primeiro caso no Rio de Janeiro foi registrado em março, em um homem de 42 anos, morador da Zona Sul da capital fluminense. Ele viajou para o Amazonas dias antes.
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Há algumas semanas está acontecendo um espalhamento para outras regiões do Brasil. A gente não está só naquela concentração na Região Norte, que foi o primeiro momento. A gente acreditou que ia ficar concentrado, mas vimos que houve um espalhamento.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em comunicado.
Segundo a epidemiologista, a pasta está fazendo a vigilância da nova doença, bem como a construção de orientações para observação clínica. “A gente não tinha nenhum manual ou protocolo para febre Oropouche. Distribuímos os testes para toda a rede Lacen [laboratórios centrais] e, por isso, estamos conseguindo captar e fazer o diagnóstico correto. Estamos monitorando de perto e entendendo melhor essa nova arbovirose.”
Febre Oropouche
- A doença é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae;
- A transmissão acontece por mosquitos, sobretudo pelo Culicoides paraensis e pelo Culex quinquefasciatus, conhecidos popularmente como maruim;
- No Brasil, surtos da doença são registrados na região amazônica desde a década de 1970;
- É o que acontece atualmente no Amazonas, onde o número de casos mais que triplicou nos últimos meses;
- Os sintomas da doença são febre alta, dores de cabeça, musculares e nas articulações, calafrios, às vezes acompanhados de náuseas e vômitos, e erupção cutânea;
- O fato deles serem parecidos com os da dengue acaba prejudicando o diagnóstico;
- Como não há tratamento específico nem uma vacina para o vírus, os infectados pelo mosquito devem fazer uso, prescrito por médico, de analgésicos e antitérmicos comuns.