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Cineasta troca músicos por IA e alerta: “compositores vão desaparecer”

Um dos maiores cineastas de Bollywood, na Índia, Ram Gopal Varma anunciou que vai passar a trabalhar exclusivamente com inteligência artificial na composição de trilhas sonoras de produções próprias. A justificativa é de que os músicos não captam a essência das obras, descumprem prazos e tornam o processo custoso.

A substituição será conduzida a partir do novo empreendimento do cineasta, a RGV Den Music, que usa aplicativos de IA, como Udio e Sono, para criar as composições. Em entrevista ao site TechCrunch, Varma contou que as músicas serão protegidas por criptografia desenvolvida por startups.

Cineasta criou projeto que usa criptografia para proteger músicas de IA generativa / Foto: Reprodução

“Músicos, compositores, letristas e cantores humanos serão enormemente afetados e desaparecerão completamente num futuro próximo, à medida que os aplicativos são desenvolvidos a um ritmo rápido”, disse. De acordo com Varma, as falhas humanas têm aumentado as despesas das produções, enquanto a IA entrega o que for necessário de forma instantânea, sem custo.

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O cineasta é conhecido por filmes populares indianos, como “Company”, “Rangeela”, “Sarkar” e “Satya”, e pretende estrear o novo formato de trilha sonora gerada a partir de inteligência artificial no longa “Saaree”, com lançamento previsto para novembro.

IA no cinema não é consenso

Em Hollywood, nos Estados Unidos, no entanto, o diretor Christopher Nolan já expressou preocupações com a IA. Em entrevista à revista Wired, o produtor disse que os aplicativos podem ser perigosos ao serem usados por companhias que desejam se eximir de responsabilidade por determinadas situações. Nolan também defende que a inteligência artificial não pode substituir a intuição artística dos humanos.

O anúncio de Varma deve ter grande impacto na maior indústria cinematográfica do mundo, já que Bollywood produz entre 20.000 e 25.000 músicas por ano na Índia. Segundo ele, outros cineastas indianos estão empolgados com a ideia de abraçar a inteligência artificial, e não resistir ao avanço da tecnologia.