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Com um a menos, Cádiz segura empate com Celta e ambos mantém sequência negativa por La Liga

Com um a menos, Cádiz segura empate com Celta e ambos mantém sequência negativa por La Liga

Um empate nada bom para Celta e Cádiz aconteceu nesta segunda-feira (4), pela 15ª rodada de La Liga, no Estádio Municipal de Balaídos, em Vigo. Pelas circunstâncias do jogo, os donos da casa saíram frustrados: apesar de tomar um gol de Chris Ramos, jogou com um a mais por mais de 60 minutos, conseguiu empatar com Jorgen Strand Larsen, mas ficou só nisso, faltou repertório para a equipe de Rafa Benítez.

Os dois clubes não vencem desde a quarta rodada e somam 11 partidas sem saber o que é vitória. A situação dos Amarelos é levemente superior: estão em 16º, com 12 pontos, fora da zona de rebaixamento. Logo abaixo, em 18º (dentro do Z3), os Célticos têm nove de pontuação.

Na primeira (e única) chance, Cádiz marca ao seu estilo

Na estrutura tática, os dois lados continuaram montados no 4-4-2, como visto em rodadas anteriores, mas havia mudanças sutis na forma de jogar e construir o jogo. O lado visitante tinha na saída de bola o volante Álex Fernández afundado entre os zagueiros, enquanto Rubén Alcaraz ficava mais a frente, e os laterais bem próximos, baixos, sem avançar no campo de ataque nesse momento de construção. No ataque, os meias pelos lados e a dupla de ataque se movimentavam e buscavam receber lançamentos do goleiro.

Da mesma forma, no Celta de Rafa Benitez, Renato Tapia fazia uma saída de três com os dois zagueiros sozinhos e Lucas De La Torre ganhava liberdade para avançar. A diferença era dos pontas, Jonathan Bamba e Óscar Mingueza, trabalhando quase que todo o tempo por dentro, deixando os corredores para os laterais Kevin Vázquez e Manuel Sánchez.

A primeira chance para o Celta veio por ótima trama de passes por dentro, causada pela presença do alto número de jogadores naquele setor. Como vinha acontecendo, o “meia” Mingueza (zagueiro/lateral de origem, ex-Barcelona) flutuou para o meio e tocou para Iago Aspas, que deu no lateral-esquerdo Manuel Sánchez. Jonathan Bamba recebeu, serviu De La Torre em profundidade e o meio-campista cruzou rasteiro para toque Jorgen Strand Larsen por cima do gol. Bonita jogada com participação de todos os homens de frente.

A equipe da casa era até melhor no que se poderia definir “melhor” nesses minutos iniciais, mas no primeiro ataque do visitante, bem ao estilo Cádiz, o placar foi inaugurado. Aos 15 minutos, chutão no tiro de meta chegou no ataque, Roger Martí pegou a sobra da disputa na alto, tocou para Iván Alejo cruzar na cabeça de Chris Ramos, que antecipou toda marcação e marcou seu quarto gol em La Liga.

A resposta do Celta foi novamente bem construída, de pé em pé, e de novo ficou no quase. Pelo chão, dos zagueiros até a ponta, a bola chegou Sánchez na esquerda, que cruzou rasteiro, Iago Aspas fez o pivô e Mingueza mandou uma bomba para gigante defesa de David Gil.

Bem melhor na partida, o clube celeste pecava nas chances desperdiçadas, principalmente com o norueguês Strand Larsen. As coisas ficaram mais fáceis aos Célticos aos 32 minutos, quando Aspas ia ficar na cara do goleiro, mas foi puxado por Víctor Churst, que foi expulso por destruir uma clara situação de gol. O próprio capitão Iago Aspas cobrou a falta muito próxima da área, mandou no meio da barreira e no rebote conseguiu um escanteio – mal aproveitado pela equipe.

Pela expulsão, o técnico espanhol Sergio González tirou o atacante Roger Martí e colocou o zagueiro Mamadou Mbaye. Se em igualdade numérica o Cádiz já sofria com os ataques do Celta, a tendência era aumentar o bombardeio com um a menos. O goleiro David Gil executou outro milagre antes dos 40, impedindo um gol quase certo de Aspas, que finalizou forte, cruzado, de voleio após cruzamento. Foram sete minutos de acréscimos (eram para ser seis, mas o time visitante apostou na cera e o David Gil recebeu cartão amarelo pela demora em uma reposição) e o placar não mudou na etapa inicial.

Celta até empata, mas 2º tempo chato termina sem muita emoção

Não houve trocas no intervalo, só que parecia que o Celta voltou em menor intensidade e quase não incomodou o Cádiz em oito minutos. Motivo para Rafa Benítez não esperar muito e já efetuar duas trocas ofensivas: saídas do zagueiro Carl Starfelt e do lateral Vázquez para entradas do meio-campista Hugo Sotelo e do ponta direito Carles Pérez. Com isso, Mingueza foi movido à lateral direita, enquanto Tapia virou definitivamente um zagueiro.

Poucos minutos depois da troca, a recompensa: gol de Strand Larsen. Enfrentando uma defesa fechada, o time rodou a bola, chegou em Mingueza por dentro, que deu uma cavadinha perfeita na infiltração de Manu Sánchez. O lateral cruzou e o centroavante norueguês apareceu para cravar e igualar o placar.

Encurralado, o Cádiz tinha pouca saída, quase nenhuma velocidade para buscar o ataque. Em uma rara tentativa, depois de muito tempo sem finalizar, o meia Alcaraz arriscou de fora da área e o chute foi rasteiro, sem direção ao gol. O Celta seguia rondando, sufocando e tirando qualquer chance do adversário. O gol parecia questão de tempo para acontecer. Antes de meia hora, Strand Larsen quase fez o segundo, ao receber frente a frente com David Gil e mandar a bola na cara do goleiro espanhol.

Precisando de fôlego, os Amarelos mudaram logo três de uma vez: tirou os dois meias pelo lado do campo, Alejo e Rubén Sobrino, além do autor do gol Chris Ramos, e entraram os laterais Lucas Pires (ex-Santos) e Joseba Zaldúa e o centroavante Maximiliano Gómez.

Os Célticos tentaram, mas parece ter faltado repertório para o time. Cruzamentos sem direção, pouca movimentação marcaram os últimos minutos da equipe e quase não houve trabalho de David Gil, que voltou a fazer uma grande defesa apenas aos 47 do segundo tempo, impedido gol de cabeça de Bamba. O final do jogo parecia futebol sul-americano raiz, com jogadores do Cádiz segurando a bola na lateral para manter o valente empate.