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Como fazer as pessoas beberem menos álcool?

O consumo excessivo de álcool pode gerar uma série de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, cirrose hepática, pancreatite e outros. As consequências de beber demais já foram abordadas de várias maneiras em campanhas de saúde para tentar reduzir o consumo da população. Mas é ao associar a bebida ao risco de câncer, conforme a quantidade de copos tomados, que parece ter o melhor efeito.

A conclusão é de um estudo de 2021, dividido em três fases, realizado com mais de 7 mil habitantes da Austrália, representando a parcela da população que consome álcool. Os resultados são descritos em um artigo publicado na revista Addictive Behaviors.

Associar bebida alcoólica ao risco de câncer pode ajudar a reduzir o consumo – Imagem: Korawat photo shoot/Shutterstock

Cada copo de álcool equivale a um risco maior de câncer

  • No estudo, os voluntários foram divididos em grupos e expostos a diferentes campanhas publicitárias contra o abuso de álcool.
  • Um anúncio de TV específico, que ligava o consumo de bebida ao câncer e sugeria que as pessoas contassem o quanto bebiam para descobrir o risco que corriam, teve o melhor efeito nos participantes.
  • Essa foi a única campanha que realmente levou as pessoas a reduzirem consideravelmente o consumo de álcool ao longo de seis semanas.
  • Outra abordagem semelhante, que encorajava as pessoas a escolherem uma quantidade de bebidas e se comprometerem a respeitar esse limite, também funcionou.
  • No entanto, não teve o mesmo impacto que o anúncio de TV sobre o consumo de álcool e o risco de desenvolver câncer.
pessoas brindando com copos de cerveja
Cada copo de álcool aproxima você de desenvolver câncer e é um argumento que realmente mexe com as pessoas – Imagem: iStock

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Campanha é um caminho, mas não é suficiente sozinha

A maioria das pessoas não sabe que a bebida alcoólica também pode causar câncer. Por isso, informar a população é uma ação importante. No entanto, isso não é suficiente para reduzir o consumo. “Também precisamos dar a elas [as pessoas] maneiras de agir para reduzir seus riscos”, explicou Simone Pettigrew no portal do The George Institute for Global Health, após o anúncio da descoberta.

Apesar do esforço das agências de saúde em dificultar o acesso a bebidas alcoólicas, tornando-as mais caras, no final das contas, as escolhas pessoais terão o maior peso na decisão de mudar o consumo de álcool a longo prazo. Entender como as campanhas podem influenciar esse comportamento é uma forma inteligente de alcançar esse objetivo.

Há recursos limitados disponíveis para campanhas de redução de danos causados ​​pelo álcool, por isso é importante descobrir quais mensagens repercutem melhor para garantir que tenham mais chances de funcionar.

Simone Pettigrew, do The George Institute for Global Health