Todo dia é uma surpresa climática diferente. Hoje faz frio, mas amanhã um calor intenso pode chegar. Estamos experimentando alterações de temperatura cada vez mais bruscas e intensas. Além de impactar o nosso dia a dia, essa variação extrema também enfraquece a defesa natural do corpo, facilitando a entrada de invasores.
Uma matéria do Instituto Butantan explica que o frio e o calor intenso por si só já afetam o sistema imunológico de modos diferentes. A mudança brusca entre eles contribui para enfraquecê-lo e, consequentemente, aumenta o risco de doenças, especialmente as respiratórias.
Os impactos do clima no sistema de defesa do corpo
Uma pesquisa da Harvard Medical School revelou que as baixas temperaturas podem comprometer o sistema imunológico nas vias aéreas superiores, principalmente a “primeira linha de defesa do corpo” contra vírus, que depende de uma temperatura ideal para funcionar corretamente. No frio, essa resposta antiviral se torna mais lenta, comparável a ter metade da força policial para proteger uma cidade inteira.
Por outro lado, altas temperaturas podem causar estresse pelo calor, prejudicando o funcionamento dos órgãos. Segundo estudos da Universidade de Tóquio, as ondas de calor diminuem a produção de anticorpos e linfócitos, essenciais para a defesa contra vírus como a influenza. Além disso, períodos quentes afetam a função intestinal, aumentando o risco de infecções.
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A variação rápida entre frio e calor extremo contribui para a piora do quadro. Uma pesquisa da Universidade de Queensland indicou que mudanças bruscas de temperatura aumentam o risco de morte. Isso porque afetam a regulação térmica, batimentos cardíacos, pressão arterial, níveis de colesterol e a capacidade imunológica de combater infecções.
Com a chegada do outono/inverno, período em que ocorre o aumento das infecções respiratórias e, ainda mais, no contexto das alterações climáticas, saber como se cuidar e manter o sistema imune forte é um fator fundamental para evitar doenças.
Alguns dos cuidados preventivos recomendados por médicos são:
- Alimentação saudável
- Consumo de água adequado
- Atividades físicas regulares
- Sono de qualidade
- E, o mais importante, a vacinação.
“Boa parte das vacinas tem eficácia muito elevada contra o adoecimento e, sobretudo, casos graves – o que inclui hospitalização e até a morte, particularmente em grupos de risco, tais como gestantes e extremos de idade. Sem dúvida os imunizantes representam a melhor proteção para o nosso sistema imunológico. Não dá para deixar de tomar”
Érique Miranda, gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan.