Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, confirmaram que os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil) – compostos químicos sintéticos frequentemente encontrados em utensílios de cozinha, embalagens de alimentos, móveis e roupas – podem ser absorvidos pela pele e entrar na corrente sanguínea.
Entenda:
- Pesquisadores descobriram que os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil) – produtos químicos sintéticos – podem entrar na corrente sanguínea através do contato com a pele;
- Os PFAS são comumente encontrados em utensílios de cozinha, embalagens de alimentos, móveis, roupas e outros;
- Já sabíamos que os compostos podem entrar no nosso organismo de algumas formas, mas, até então, romper a barreira da pele não era uma delas;
- Os PFAS são associados a diversos problemas de saúde, e seu uso é regulamentado em alguns países – não é o caso do Brasil;
- O estudo foi publicado na Environment International.
Já sabíamos que os PFAS conseguem se infiltrar no corpo humano de diversas formas, como a ingestão de alimentos e bebidas ou através da inalação. Porém, até então, acreditava-se que esses compostos – relacionados a certos problemas de saúde – não eram capazes de romper a barreira da pele.
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Compostos químicos foram testados em peles artificiais
No estudo, a equipe analisou 17 tipos de PFAS mais comuns com uso regulamentado pela Diretiva de Água Potável (2020/2184) da União Europeia. Para substituir testes em animais, os pesquisadores utilizaram modelos 3D cultivados em laboratório com várias camadas de um tecido que imita a pele humana.
15 PFAS foram substancialmente absorvidos após a aplicação na pele artificial. No caso do PFOA (ácido perfluorooctanóico) – o composto mais regulamentado -, a absorção foi de 13,5%, com 38% da dose aplicada retida no tecido.
De acordo com os pesquisadores, a quantidade de PFAS absorvida é relacionada ao comprimento de sua cadeia de carbono. Ou seja, os compostos com cadeias mais longas apresentaram níveis de absorção mais baixos, e os de cadeias mais curtas eram mais absorvíveis.
“Vemos uma mudança na indústria para produtos químicos com comprimentos de cadeia mais curtos porque se acredita que sejam menos tóxicos – no entanto, podemos acabar absorvendo mais deles, por isso precisamos saber mais sobre os riscos envolvidos”, explica Stuart Harrad, coautor do estudo, em comunicado.