O contato com a natureza já se mostrou benéfico para diversas áreas da vida humana. Um estudo recente mostrou como morar próximo de áreas verdes pode ajudar a reduzir o risco de ansiedade e depressão. Agora, outra pesquisa revela um novo benefício para pessoas idosas. Viver perto de parques e árvores pode retardar o avanço da demência.
A investigação, conduzida pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston (BUSPH) e publicada na revista Environmental Health Perspectives, avaliou informações de 16.962 enfermeiros com 70 anos referentes aos anos de 1995 a 2008, sendo um dos maiores estudos do tipo.
Natureza pode ser um fator retardante de demência
- O novo estudo correlacionou dados de avaliações de função cognitiva com o monitoramento de áreas verdes próximas às residências dos participantes.
- A maior exposição média a áreas verdes na meia-idade foi associada a níveis mais altos de função cognitiva, além de um declínio mais lento.
- Esse desaceleramento do declínio foi equivalente a oito meses.
- As evidências também foram observadas em pessoas com o gene APOE-ɛ4, um fator de risco para o Alzheimer.
- Nesses casos, o contato com a natureza retardou três vezes mais o avanço da doença. Até agora, não há um método conhecido para alcançar esse efeito.
- Outra descoberta importante mostra um efeito mais forte na população que vive em bairros de baixo nível socioeconômico e densamente populados.
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A importância da preservação de espaços verdes
As evidências encontradas no estudo reforçam a necessidade de preservar espaços verdes na cidade, especialmente em áreas de baixo nível socioeconômico e alta densidade populacional. O contato com a natureza pode fazer toda a diferença na saúde dos moradores, como defendem os pesquisadores.
Nossos resultados são importantes porque destacam os benefícios cognitivos do aumento da exposição a espaços verdes em nível populacional, especialmente entre subgrupos vulneráveis da população.
Dra. Marcia Pescador Jimenez, líder do estudo, para Medical Xpress
O estudo também sublinhou que a exposição à natureza na meia-idade pode estar associada à saúde mental, influenciando o declínio cognitivo ao longo do tempo.