Segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (5) pelo Banco Central (BC), o famoso “dinheiro esquecido” ainda tem valores disponíveis para serem sacados.
O Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu, até o momento, R$ 7,13 bilhões, de um total de R$ 15,49 bilhões. Ou seja, ainda não foram repassados aos cidadãos R$ 8,4 bilhões.
Mas há um porém: o BC divulga os dados do SVR com dois meses de defasagem, o que significa que mais pessoas já podem ter resgatado suas respectivas quantias.
“Dinheiro esquecido” ainda aguarda mais de 65% de beneficiários
- Quanto ao número de beneficiários até o fim de maio, foram mais de 21,26 milhões que recuperaram o dinheiro esquecido;
- Esta marca representa 32,27% do total de brasileiros que têm direito a receber algum valor. O total é de mais de 65,89 milhões;
- Dos quase 22 milhões que já recuperaram seu dinheiro, mais de 19,81 milhões são pessoas físicas, enquanto mais de 1,44 milhões são empresas;
- Entre os que não resgataram, 41,28 milhões são pessoas, enquanto 3,34 milhões são organizações;
- A maioria dos que não pediram seu dinheiro de volta tem direito a pequenas quantias, sendo 63,6% até R$ 10, 24,86% entre R$ 10,01 e R$ 100, 9,77% entre R$ 100,01 e R$ 1 mil e 1,77% tem direito a mais de R$ 1 mil.
Lembrando que o sistema, que foi implantado no início de 2022, interrompido por certo tempo para ajustes e retomado em 2023, recebeu várias melhorias que valem ser salientadas:
- Impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento;
- Inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR;
- Sala de espera virtual;
- Consulta de valores de pessoas falecidas a partir de herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais;
- Mais transparência para contas conjuntas.
Leia mais:
No caso de pessoas falecidas, o sistema informa a instituição responsável e a faixa de valor a ser recuperado. Contudo, o responsável precisa entrar em contato com a fonte pagadora para se informar sobre documentos a serem apresentados e forma de resgate.
Quanto às contas conjuntas, se um dos titulares pedir o resgate do valor esquecido, o outro titular, quando entrar no SVR, verá informações, como valor, data e CPF do solicitante.
Outras fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes passados também foram adicionados ao BC, como contas de pagamento pré ou pós-paga, e de registro (as duas últimas mantidas por corretoras e distribuidoras) encerradas e demais recursos disponíveis para restituição.
Ou seja, caso você já tenha consultado seu CPF no SVR no passado, é melhor consultar de novo. As chances de você ter novos valores a receber (ou de receber pela primeira vez) são boas.
Outros valores englobados pelo SVR
Outros tipos de valores que estão no sistema desde seu início são:
- Contas-corrente ou poupança encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não buscados que constam em grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Não caia em golpe!
O BC também faz um alerta: muitos estelionatários estão de olho no dinheiro esquecido e se oferecem como supostos intermediários para resgatar as quantias.
Mas, atenção: isso não existe. O SVR é 100% gratuito e o BC não envia links, tampouco entra em contato para tratar sobre possíveis valores que o usuário tenha a receber ou pedir dados pessoais.
O próprio usuário pode solicitar a restituição da quantia pelo sistema e somente a instituição pagadora pode entrar em contato com o cidadão. Além disso, o BC orienta que ninguém forneça senhas a terceiros e, tampouco, nenhuma pessoa/instituição está autorizada a pedir tal informação.