Um novo esporte decolou em Dubai no começo de 2024. Decolou no sentido literal mesmo. Mas sem aviões nem carros voadores envolvidos. É que a cidade, que fica nos Emirados Árabes Unidos, sediou a primeira corrida de mochilas a jato do mundo. Ou melhor: de trajes a jato.
Para quem tem pressa:
- Dubai sediou a primeira corrida mundial de trajes a jato em fevereiro de 2024. O evento – financiado pela Gravity, fabricante dos trajes – marcou o início de um novo esporte radical;
- Os competidores usaram trajes com sete motores a jato, totalizando 1.050 cavalos de potência. Eles permitem voos curtos, mas intensos, sobre cursos d’água (por exemplo: rios e lagos grandes). A preferência pela paisagem aquática é por segurança e viabilidade logística;
- Apesar do alto custo inicial dos trajes a jato (US$ 400 mil), o evento demonstrou grande apelo como esporte, com expectativas de crescimento, mais participantes e integração a eventos mundiais à beira d’água. Assim, o novo esporte pode se tornar um baita chamariz.
A Corrida de Traje a Jato de Dubai (Dubai Jet Suit Race, em inglês) ocorreu em 28 de fevereiro e foi uma das principais atrações do Dubai Boat Show. A Gravity, fabricante dos trajes usados pelos competidores, financiou o evento. E tem grandes expectativas para ele.
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Corrida de mochilas a jato: como funciona?
Cada corredor usava um conjunto de sete motores a jato com 130 cavalos de potência (hp) cada – dois em cada braço e três na mochila, totalizando 1.050 hp, controlados por aceleradores manuais. Por isso, é tecnicamente mais correto dizer “traje a jato”, ao invés de “mochila a jato”.
Além disso, os pilotos usam três vetores de empuxo para ganhar altitude, mover-se para frente e tentar manter-se acima do nível do solo (no caso, água, mas você vai entender isso em breve) enquanto apostam a corrida.
Os competidores começam o trajeto com cinco galões de combustível de jato na mochila e terminam com muito pouco. É que os motores são beberrões – o tempo total de voo possível com essa quantidade de galões é de aproximadamente nove minutos. Ou seja, corridas longas de trajes a jato estão fora de cogitação. Pelo menos, por ora.
Por razões de segurança, as corridas são realizadas sobre um percurso aquático. Isso permite que o esporte seja organizado no centro de qualquer cidade com um curso de água adequado – por exemplo: municípios com rios e lagos grandes. “Agora que o gelo foi quebrado, espera-se que mais e maiores eventos sejam realizados”, aposta o site New Atlas.
Outra vantagem de realizar esses eventos em cursos d’água é a configuração relativamente simples dos percursos, pelo menos em comparação a eventos de corrida de veículos motorizados. Os pilares infláveis usados como marcadores do percurso têm cinco metros de altura e cada traje pesa 26 kg. Nada surreal.
Custos, repercussão e vantagens dos jet suits
Ainda de acordo com o site, a primeira corrida demonstrou que o esporte tem muito potencial como uma modalidade para espectadores ao vivo, especialmente se cada etapa de uma série mundial fosse realizada em conjunto a festivais à beira d’água famosos mundo afora.
O New Atlas acrescenta: “Embora o número de competidores que poderiam pagar por um traje a jato de US$ 400 mil [aproximadamente R$ 1,2 milhão] fosse claramente modesto, é um esporte que parece inevitável.”
Como todas as outras coisas altamente desejáveis que começam sendo muito caras para fazer, o esporte crescerá e evoluirá com o tempo, conforme apontado pelo site. “Há pouca dúvida de que um Grand Prix de Traje a Jato seria um grande atrativo para qualquer festival à beira d’água. O espetáculo é grande o suficiente para entreter uma multidão de centenas de milhares à margem de um rio ou lago.”
Assista abaixo a cobertura da primeira corrida de mochilas a jato (em inglês), postada pela empresa Gravity no YouTube: