A Boeing passará por uma ampla reestruturação nos próximos meses. A companhia anunciou que o CEO da empresa, Dave Calhoun, deixará o cargo ao final deste ano. A medida foi adotada em meio à crise provocada pela queda de uma porta de um avião do modelo 737 MAX em pleno voo no início de 2024.
Leia mais
Boeing sob forte pressão
Desde o incidente de 5 de janeiro durante o voo da Alaska Airlines, a pressão sob Calhoun aumentou consideravelmente. A Boeing tem sido alvo de diversas investigações sobre o ocorrido.
Na semana passada, um grupo de CEOs de companhias aéreas dos Estados Unidos buscou reuniões com diretores da empresa para expressar preocupação com o acidente do 737 MAX 9.
Além dos problemas de segurança, a Boeing tem sido muito criticada em função de atrasos nas entregas de novas aeronaves. Segundo analistas, este cenário negativo pode, inclusive, impactar as negociações para compra da sua antiga subsidiária Spirit AeroSystems.
A fabricante de aviões também informou que Stan Deal, presidente e CEO da Boeing Commercial Airplanes, se aposentará. Ele dará lugar a Stephanie Pope. Já Steve Mollenkopf foi nomeado o novo presidente do conselho.
Após o anúncio das mudanças, as ações da companhia subiram 2,8% na bolsa de valores dos EUA.
Relembre o caso
- O avião da Alaska Airlines tinha decolado do aeroporto de Portland, na noite do dia 5 de janeiro.
- Quando estava a 4.975 metros do chão, uma das portas – que fica no meio da aeronave – foi ejetada.
- Isso abriu buraco na fuselagem, o que despressurizou a cabine do Boeing.
- Máscaras de emergência caíram e os pilotos da aeronave precisaram realizar uma manobra de emergência para descer até uma altitude abaixo de três mil metros, na qual é possível respirar sem auxílio de equipamentos.
- Apesar do susto, nenhum dos 171 passageiros e seis tripulantes a bordo se feriu.
- O lugar ao lado da porta ejetada não estava ocupado.
- Se estivesse, o passageiro poderia ser sugado para fora do avião, por conta da pressão atmosférica externa.
- A porta do avião acabou sendo encontrada no quintal da casa de um professor em Portland três dias depois.