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Entenda denúncias de exploração infantil na Ilha de Marajó que repercutem na web

Entenda denúncias de exploração infantil na Ilha de Marajó que repercutem na web

Acusações de exploração sexual infantil na Ilha de Marajó, localizada no Pará, voltaram a repercutir na web após a cantora paraense Aymeê denunciar a situação, novamente, em um reality show gospel chamado Dom Reality. 

A apresentação da jovem foi na última sexta-feira (16 de fevereiro) e emocionou jurados. A letra da música interpretada pela paraense diz:

“Enquanto isso no Marajó, o João desapareceu esperando os ceifeiros da grande seara”. 

Ao final da apresentação, Aymeê explica a denúncia cantada por ela na melodia:

“Marajó é uma ilha há alguns minutos de Belém, minha terra. E lá, as crianças, lá tem muito tráfico de órgãos, lá é normal. Lá tem pedofilia em nível “hard” e as crianças com 5 anos, quando ela veem um barco vindo de fora com turistas, Marajó é muito turística e as famílias lá são muito carentes, as criancinhas saem em uma canoa, 6,7 anos, e elas se prostituem dentro do barco por cinco reais”, desabafou emocionada.

Veja apresentação da jovem:


Aymeê não é a primeira pessoa a falar publicarmente da situação na Ilha de Marajó, região com 12 municípios e cerca de 500 mil habitantes. Em 2006, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados abriu uma investigação para apurar o assunto.

Segundo o Jornal Extra, na época, documentos revelaram o envolvimento de políticos locais nos casos, com aliciadores levando crianças para se prostituirem em Belém e na Guiana Francesa. Muitos municípios da região convivem com a pobreza e a miséria, um deles, inclusive, tem o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.

Recentemente, em 2022, a ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, denunciou a exploração na ilha durante um culto evangélico. Damares chegou a dizer que crianças na região teriam dentes removidos para facilitar abusos sexuais.

A fala da ministra, na época, gerou polêmicas. Autoridades do Pará, incluindo o Ministério Público, pediram que Damares fonercesse provas do que estava falando, mas estas não foram enviadas. Após isso, 19 procuradores da República solicitaram uma ação civil pública contra a ministra.

Damares e a União chegaram a ser solicitadas para indenizarem a população do Arquipelágo de Marajó (PA) em R$ 5 milhões por ter disseminado informações falsas. 

Nas redes sociais, muitos internautas pedem que as autoridades deêm atenção para as acusações. Famosos com a cantora Juliette e o influenciador Carlinhos Maia também se manifestaram sobre o assunto. Veja:

 

A Ilha atualmente tem o Programa Cidadania Marajó, implementado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Este programa tem o objetivo de combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes na região.

O reality que Aymeê participou e fez a denúncia é transmitido no Youtube. Ele surgiu em 2022, com objetivo de relevar talentos da música gospel. O programa é produzido por Tiago Stachon e Paulo Alberto, diretor executivo da EAD Unicesumar, em parceria com a produtora Multiforme Filmes e a plataforma de streaming Deezer. A transmissão acontece no canal oficial da EAD Unicesumar. O programa também é considerado o primeiro reality gospel do Brasil.