Ídolo do Coritiba, Alex foi uma das figuras a entrar em campo na última apresentação da seleção brasileira na capital paranaense, no jogo entre Brasil e Uruguai, no Pinheirão, em 2003. Aquela foi a terceira vez que o craque representou a amarelinha em sua cidade natal.
Um dos maiores jogadores do Alviverde, Alex só não conseguiu vestir a amarelinha dentro da própria casa, o Couto Pereira. Em 2001, o Brasil enfrentou o Chile no mesmo palco que vai receber a partida entre a seleção e o Equador, nesta sexta-feira (6), pelas Eliminatórias da Copa de 2026.
Na época, o meia não foi convocado por Felipão, que também o deixou de fora da Copa do Mundo de 2002, um ano depois, mesmo tendo acompanhado o atleta de perto durante todo aquele ciclo.
“Joguei no Pinheirão, duas vezes na Arena e teve o Brasil e Chile no Couto Pereira, mas infelizmente não fui convocado. Fiquei triste por não estar no grupo naquele dia e duas vezes triste por ter sido no Alto da Glória. Seria bem interessante, porque joguei com a seleção em vários lugares e ter jogado no Couto seria algo especial, mas não aconteceu”, contou, em entrevista ao UmDois Esportes.
Em 2003, contra o Uruguai, o meia fez a sua única partida oficial na cidade natal. Curitibano, ele também jogou no amistoso entre Brasil e Letônia, em 1999, que inaugurou a Arena da Baixada, do Athletico, e também em 2001, novamente na casa do Rubro-negro, em outro amistoso, desta vez contra o Panamá.
Na época, o craque defendia o Cruzeiro e foi convocado ao lado de Ronaldo, Kaká, Rivaldo, Gilberto Silva, entre outras estrelas do futebol brasileiro, para disputar as Eliminatórias da Copa de 2006. Do outro lado, o uruguai tinha Diego Forlán, Álvaro Recoba e outros jogadores que marcaram época no país.
“Como sempre, Brasil e Uruguai tem muita rivalidade. É muito difícil. Aquele dia foi bem complicado, um jogo disputadíssimo. As Eliminatórias sempre causam esse tipo de situação, a rivalidade vem à tona.”, recorda Alex.
“Foram belíssimos jogadores de futebol e eu convivia com eles desde criança, porque fui muito jovem para a seleção. Era uma situação que eu já estava adaptado. Eu me sentia feliz em estar ali no meio de tantos jogadores, era algo muito legal, mas sempre foram meus colegas de profissão”, comenta sobre os companheiros de campo daquela época.
Brasil x Uruguai teve seis gols: “Para quem assiste é legal”
Em 2003, a seleção chegou à Curitiba depois de conquistar o penta, um ano antes, na Copa do Mundo de 2002. A imprensa local noticiava a partida como o “o jogo dos sonhos”. Na Gazeta do Povo, um especial sobre a seleção destacava: “A seleção pisa pela primeira vez em solo paranaense após o penta”.
O Pinheirão havia passado por uma reforma para receber a partida. Na época, as obras custaram R$ 3 milhões e 31 mil lugares foram disponibilizados para a torcida, que teve cadeiras numeradas e ingresso personalizado.
Em campo, o Brasil teve dificuldades e, de acordo com Alex, que começou assistindo tudo do banco de reservas, a seleção começou mal. Ainda assim, Kaká e Ronaldo marcaram e conseguiram a vantagem de 2 a 0 no primeiro tempo.
“Aquele jogo foi duro, o Uruguai tinha bons jogadores, bom time. E acredito que a gente tenha começado de maneira ruim, depois foi melhorando”, relembra o ex-meia.
O segundo tempo foi mais difícil e o Uruguai fez dois gols. Em seguida Gilberto Silva marcou contra e a celeste virou o jogo. Alex entrou em campo na reta final e ajudou a equipe a conseguir arrancar o empate. Nos últimos minutos, Ronaldo fez o gol e emocionou a torcida, mesmo sem vitória.
“No final, acabou com esse resultado de 3 a 3, que para quem assiste é legal. Seis gols num jogo de Eliminatórias da Copa não é muito comum. Então foi jogo bem interessante no Pinheirão”, relembra Alex.
Em passagem por Curitiba, craque visitou seleção
Depois de 21 anos, Alex vai acompanhar a seleção brasileira de longe. O craque assumiu o cargo de técnico do Antalyaspor, da Turquia, onde também é ídolo.
Em alguns dias em Curitiba durante a Data Fifa, ele não deixou de visitar o técnico Dorival Júnior e outros colegas da delegação no hotel, no centro da cidade.
“Em 1988, eu corria atrás do Dorival Júnior (camisa 8 do Coritiba), depois fui adversário em campo. Eu iniciando no Palmeiras e ele no final de carreira. Hoje, é treinador da seleção brasileira, uma pessoa que dispensa comentários”, escreveu em uma rede social.
Dorival jogou no Coxa em 1988 e, 20 anos depois, treinou o Alviverde, em 2008. O técnico também comandou o Athletico, em 2020, e é o único, ao lado de Abel Braga, a ter conquistado o Campeonato Paranaense pelas duas equipes rivais.
Ao UmDois Esportes, o ex-jogador falou mais sobre o novo ciclo da seleção brasileira e evitou comparações entre a que ele fez parte e a que entra em campo nesta sexta-feira (5).
“Não comparo épocas, é muito complicado fazer isso. Naquela época, tínhamos bons jogadores, hoje é um novo momento, mas continuamos tendo bons jogadores”, opinou.
“Espero que o Dorival consiga montar um time que jogue um bom futebol, que seja competitivo, e que consiga aos poucos trazer a confiança dos torcedores, para que esse time ganhe força a cada rodada e suba o nível. Chegar na Copa do Mundo num bom momento para fazer um grande Mundial”, completou Alex.
Agora como técnico, Alex vai completar dois meses na Turquia
Aposentado dos gramados desde 2014, Alex iniciou na carreira de técnico nas categorias de base do São Paulo, em 2021. Depois, foi para o Avaí, seu primeiro trabalho como treinador no futebol profissional, onde atuou por cinco meses.
Nesta temporada, o nome chegou a ser especulado justamente para o Coritiba, depois da saída de Guto Ferreira, no começo da Série B. No entanto, Alex acabou fechando com o Antalyaspor e foi trabalhar na Turquia, onde tem uma estátua em sua homenagem.
“Eu fecho dois meses [no Antalyaspor] agora dia 7. O campeonato começou há pouco tempo, foram quatro rodadas. Está tudo dentro daquilo que o clube e nós imaginávamos. Ainda é um começo, tem muita coisa para ser feita e para se buscar”, avalia.
Em quatro jogos na equipe, ele teve duas derrotas, uma vitória e um empate. No país, ele fez história pelo Fenerbahçe, time pelo qual conquistou seis títulos, sendo três Campeonatos Turcos, duas Supercopas e uma Copa da Turquia.