Quando entramos em um estado de relaxamento ao dormir, dois tipos de ondas dentro do nosso cérebro estão em ação: a alfa e a teta. Pesquisadores da Universidade de Surrey manipularam ambas para entender se seriam uma opção viável para tratar a demência.
O teste, que incluiu 18 participantes, encontrou evidências de que controlar as ondas cerebrais durante o sono pode ajudar a manter o cérebro saudável. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista SLEEP.
Qual a relação entre ondas cerebrais e a saúde do cérebro?
As oscilações alfa e teta são tipos de atividade elétrica que ocorrem no cérebro quando estamos relaxados, como ao cochilar ou ao pensar em levantar da cama. Elas têm uma forte conexão com o estágio de inconsciência do Movimento Rápido dos Olhos (REM), a fase do sono em que surgem os sonhos mais vívidos. Além disso, esse estágio é fundamental para a consolidação da memória e o aprimoramento da cognição.
Essa relação estreita torna essas ondas alvos interessantes, especialmente porque a ciência reconhece que elas ajudam o cérebro a funcionar bem. Controlá-las pode ser útil para melhorar a saúde mental e tratar problemas como a demência.
Estimulação de ondas cerebrais é uma opção de terapia promissora
- Em uma técnica chamada estimulação auditiva de circuito fechado (CLAS), cientistas conseguem manipular ondas cerebrais durante o sono.
- Essa técnica consiste em usar sons emitidos por fones de ouvido para controlar as oscilações, mas nunca havia sido utilizada na fase REM.
- No novo experimento, os cientistas aplicaram a técnica durante essa fase e alteraram tanto a velocidade quanto a força das ondas cerebrais.
- E, pelo que parece, a ideia deu bastante certo. No artigo, os cientistas definiram a manipulação de ondas como um “promissor terapêutico”.
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Um caminho para novos tratamentos para a demência
No momento, não há cura para a demência, apenas medicamentos que podem retardar sua progressão ou aliviar temporariamente os sintomas. Por isso, qualquer novo tratamento é um avanço, ainda mais este.
Os cientistas descobriram que os sintomas da demência, como problemas de memória e habilidades cognitivas, estão ligados à desaceleração das ondas cerebrais, que agora podem ser controladas. Segundo afirma Derk-Jan Dijk, autor do estudo no artigo, isso abre novos caminhos para “uma nova abordagem sobre como tratar pacientes com demência, já que a técnica não é invasiva e é realizada enquanto eles dormem”.