Atualmente, existem diferentes opções de próteses robóticas no mercado para quem perdeu a perna. No entanto, a maioria delas não permite um controle neural completo do membro e compensam isso com sensores extras que imitam o andar humano. O resultado não é completamente satisfatório e pode tornar a caminhada mais difícil.
Uma nova solução do MIT, em colaboração com colegas do Brigham and Women’s Hospital, promete resolver esse problema. Ela permite que um membro robótico possa ser totalmente conectado ao sistema nervoso do paciente e possibilita um andar mais ágil e controlado.
Como a prótese recebe sinais do sistema nervoso
- A solução desenvolvida pelo MIT funciona a partir de dois elementos: uma intervenção cirúrgica e uma interface neuroprotética.
- Nas cirurgias tradicionais, a conexão entre pares de músculos é perdida, o que dificulta o entendimento pelo sistema nervoso da posição do membro no espaço.
- Daí a nasceu uma a cirurgia que reconecta esses músculos e permite ao paciente sentir a prótese com mais precisão.
- Ou seja, não há necessidade de sensores embutidos na prótese para proporcionar maior controle do membro ao paciente; o sistema nervoso desempenha esse papel.
- Após resultados animadores em testes, os pesquisadores criaram uma interface neuroprotética comandada por sinais elétricos. Funciona como um sensor que converte os sinais do sistema nervoso em movimentos.
- Posteriormente, esse conjunto proporcionou aos voluntários a capacidade de caminhar mais rapidamente e de evitar obstáculos com naturalidade e precisão.
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É uma diferença significativa no modo de andar
A dupla de cirurgia, chamada de interface mioneural agonista-antagonista (AMI), e a interface neuroprotética foram testadas com um grupo de 14 voluntários, metade dos quais amputados. Todos utilizaram o mesmo tipo de prótese e foram submetidos a experimentos práticos, incluindo caminhada em terreno plano por um caminho de 10 metros, subida de uma ladeira, descida de uma rampa, subida e descida de escadas, além de caminhada em superfície plana evitando obstáculos.
Os resultados mostraram que os usuários da interface neuroprotética AMI – assim denominada a dupla – andaram mais rapidamente, com movimentos mais naturais e melhor coordenação entre os membros. Eles conseguiram, inclusive, alcançar quase a mesma velocidade e força que as pessoas não amputadas.
Este trabalho representa mais um passo em nossa demonstração do que é possível em termos de restauração de função em pacientes que sofrem de lesões graves nos membros. É por meio de esforços colaborativos como este que somos capazes de fazer progressos transformacionais no atendimento ao paciente
Matthew Carty, autor do artigo, ao Medical Xpress.
A pesquisa completa foi publicada na Nature Medicine.