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Mulher com câncer passa por autotransplante de útero na Espanha

Uma paciente passou pelo primeiro autotransplante de útero da Espanha. Este procedimento foi criado por um cirurgião brasileiro e, até agora, apenas 22 pessoas em todo o mundo passaram por ele.

Autotransplante foi sugerido pelos médicos

  • A mais nova paciente a ser submetida a uma transposição uterina foi a espanhola Rebeca Delgado, de 36 anos.
  • Em outubro do ano passado, ela recebeu um diagnóstico de câncer retal.
  • Como o tumor estava localmente avançado, foram necessárias quimioterapia e radioterapia para conter sua expansão.
  • No entanto, um dos efeitos colaterais do tratamento oncológico seria a infertilidade e a menopausa precoce.
  • Dessa forma, os médicos do Hospital del Mar de Barcelona sugeriram que a mulher se submetesse a uma técnica experimental para preservar a capacidade de engravidar.
  • As informações são do Metrópoles.
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Procedimento preserva a capacidade de engravidar (Imagem: Shutterstock)

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Procedimento foi um sucesso

A transposição uterina é um prática rara. Ela consiste em deslocar temporariamente o órgão reprodutor e os ovários para a cavidade abdominal para evitar o impacto das terapias oncológicas.

Esta técnica foi realizada em duas mulheres que, inclusive, já deram à luz. Uma aconteceu no Brasil, em 2022, e outra dos Estados Unidos, em março de 2023.

O procedimento é feito em duas etapas. Primeiro, o órgão reprodutivo e os ovários são afastados da zona de radiação e implantados na cavidade abdominal. Após o tratamento oncológico ser finalizado, os órgãos são devolvidos ao seu local anatômico natural.

Cirurgiões realizam primeiro transplante de útero bem-sucedido do Reino Unido
Autotransplante de útero foi realizado com sucesso na Espanha (Imagem: S_L/Shutterstock)

Em novembro de 2023, Rebeca se submeteu à primeira parte, antes do início da radioterapia. Essa intervenção tem um risco baixo, mas a técnica é considerada de alta complexidade.

A paciente relatou ter sentido dor abdominal nos dias seguintes após ter feito a primeira intervenção. Em dezembro do ano passado, ela iniciou a radioterapia e a quimioterapia. E em junho de 2024, a espanhola voltou ao centro cirúrgico para devolver os órgãos reprodutivos à sua posição anatômica tradicional e eliminar os restos de tumor.

Pela localização do câncer, foi necessário cortar um pedaço do intestino e, até setembro, Rebeca usará uma bolsa de ostomia. Apesar disso, o útero está intacto e funcionando normalmente.