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Nova IA identifica “células zumbis” para prever câncer de mama

Pesquisadores da Universidade de Copenhague desenvolveram uma tecnologia de inteligência artificial capaz de prever com maior precisão o risco de câncer de mama. A IA utiliza um algoritmo de aprendizado profundo para identificar células danificadas, conhecidas como “células zumbis”, em biópsias de tecido mamário.

O estudo, publicado no The Lancet Digital Health, demonstrou que a IA supera os métodos clínicos atuais na avaliação do risco da doença. A tecnologia pode permitir que os médicos melhorem a detecção precoce do câncer, iniciando os tratamentos mais rapidamente.

câncer de mama
O câncer de mama é a causa mais frequente de morte pela doença, com mais de 600 mil óbitos estimados para esse ano ao redor do mundo. O dado é da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) – Imagem: siam.pukkato/Shutterstock

IA identifica “células zumbis” para prever câncer de mama

  • A nova IA foi criada e treinada para identificar células mortas – também conhecidas como “células zumbis” – que podem indicar a presença de câncer.
  • Essas mortes celulares são causadas pela chamada senescência celular. Nesse processo, as células senescentes param de se dividir, mas podem causar inflamação e gerar tumores.
  • Em testes com amostras de tecido mamário de doadoras, a nova IA superou o modelo Gail, considerado o padrão ouro de avaliação de risco.
  • Os cientistas também investigaram a possibilidade de combinar a IA com outros modelos de avaliação, como o próprio Gail.
  • A combinação de tecnologias mostrou-se promissora, aumentando em até cinco vezes a capacidade de detectar o risco de câncer de mama em pequenas amostras.
Gráfico mostra como as células senescentes, que pararam de se dividir, estão distribuídas e organizadas dentro de um tecido. Essas imagens servem para treinar a IA. – Imagem: The Lancet Digital Health

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Quando a IA será utilizada nos hospitais?

O modelo de IA ainda levará alguns anos até ser utilizado em hospitais e clínicas. No entanto, quando implementado, poderá ser aplicado globalmente. A tecnologia utiliza apenas imagens de amostras de tecido padrão, o que a torna acessível em diferentes sistemas de saúde ao redor do mundo.

De acordo com o professor Morten Scheibye-Knudsen, a IA permitirá classificar as pacientes de acordo com o risco, melhorando os protocolos de triagem e tratamento. “Os médicos poderão monitorar mais de perto indivíduos de alto risco, oferecendo mamografias e biópsias frequentes para detectar o câncer mais cedo”, explicou ao Medical Xpress.

Além disso, o modelo poderá aliviar a carga para mulheres de baixo risco, que passariam por exames menos frequentes. Isso melhora a eficiência dos tratamentos e a qualidade de vida das pacientes, enquanto otimiza o uso dos recursos médicos.