Uma descoberta feita por pesquisadores brasileiros pode representar avanços no combate contra a doença de Alzheimer. Eles identificaram que macacos-prego-amarelo (Sapajus libidinosus), uma espécie típica de Brasil e Bolívia, também podem desenvolver esta condição.
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Alzheimer foi identificado nos animais
A equipe estudou o cérebro de três primatas que morreram aos 9, 29 e 33 anos, respectivamente. Nos dois indivíduos mais velhos, os exames detectaram a presença de dois marcadores típicos desse quadro de demência: o acúmulo das proteínas beta-amiloide e TAU.
No Alzheimer, a beta-amiloide se acumula no espaço entre os neurônios, enquanto a TAU ocupa o interior das células nervosas, o que eventualmente leva à morte delas. A perda dessas células que compõem o cérebro leva à progressão dos sintomas típicos da doença, como esquecimentos e dificuldades no raciocínio.
Agora, os cientistas querem investigar outros indivíduos da mesma espécie que eventualmente morrerem com o passar dos meses e anos. Além disso, irão avaliar o cérebro de macacos vivos por meio de exames de imagem, como a ressonância magnética. O objetivo é fazer um acompanhamento periódico para entender quando os sinais de Alzheimer começam a aparecer.
Segundo os pesquisadores, a descoberta pode possibilitar o desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e até medicamentos contra a doença. O estudo foi publicado na revista Scientific Reports. As informações são da BBC.
Macacos-prego
- A pesquisa foi realizada a partir de uma parceria entre duas universidades brasileiras.
- A Universidade de Brasília (UnB) possui um Centro de Primatologia, que é especializado em avaliar diferentes tipos de macacos.
- No entanto, a instituição não conseguia examinar o cérebro dos animais quando eles morriam.
- Para isso, ela conta com a ajuda da Universidade de São Paulo (USP), que abriga um importante Departamento Neurologia, com equipamentos avançados para realizar diversos tipos de investigações científicas.
- Os macacos-prego-amarelo contam com uma capacidade cognitiva avançada.
- Eles são capazes, por exemplo, de produzir ferramentas de pedra, usadas para quebrar castanhas e outros alimentos duros, além de rachar troncos e galhos para pegar insetos e larvas.
- Os animais também conseguem ficar na posição bípede por um longo tempo e utilizam gravetos para pegar alimentos, mel e água.
- Em regiões de mangue, ainda usam pedaços de madeira para quebrar conchas e moluscos.